Londres - A Anistia Internacional (AI) acusou nesta sexta-feira os líderes políticos egípcios de serem irresponsáveis por não terem anunciado a imediata reforma de direitos humanos em seus discursos de quinta-feira.

"O presidente Hosni Mubarak e o vice-presidente Omar Suleiman não responderam às reivindicações dos manifestantes. É uma irresponsabilidade que nenhuma das duas declarações mencionasse o mínimo compromisso com uma reforma imediata de direitos humanos nesse país", disse o secretário-geral da organização, Salil Shetty.

"Uma medida de direitos humanos anunciada pelo presidente foi a supressão do artigo 179 da Constituição, reforma que reivindicamos há muito tempo porque supõe violações relacionadas a detenções e processos, mas (Mubarak) não disse quando será aplicada", assinalou Shetty.

"A linguagem empregada pelo vice-presidente Suleiman para tentar convencer os manifestantes foi, além disso, inaceitável", acrescentou o secretário-geral da AI.

"Quem ocupa o poder não deveria ver o atual ativismo nas ruas do Cairo e outras cidades como uma ameaça mas uma oportunidade de consignar à história os abusos sistemáticos do passado. A reforma dos direitos humanos deve começar logo", exigiu o secretário-geral da AI.