Pesquisador mostra pinturas de animais da Era do Gelo em caverna na Amazônia (Virginie Clavieres/Getty Images)
Carla Aranha
Publicado em 23 de dezembro de 2020 às 11h30.
A descoberta, que foi comemorada pelos pesquisadores, é considerada uma dos maiores achados de 2020. No final do ano, arqueólogos descobriram que cavernas com grandes paredões rochosos na Amazônia colombiana possuem milhares de pinturas ruprestres de animais da Era do Gelo, como o antepassado dos cavalos atuais, chamado de Hippidion, e preguiça de grandes proporções, o Megatério, que tinha o tamanho de um elefante. O animal podia pesar até quatro toneladas e media seis metros de comprimento.
"É inacreditável para nós pensar hoje que os homens pré-históricos daquela época viviam em um cenário como o que descobrimos e caçavam herbívoros gigantes, alguns do tamanho de um carro, em plena Amazônia", diz Mark Robinson, arqueólogo da Universidade de Exeter, no Reino Unido.
A descoberta foi feita por um time de arqueólogos britânicos e colombianos. As pinturas são obras dos primeiros humanos que chegaram à Amazônia e têm entre 11.800 e 12.600 anos. As cenas mostram o dia a dia dos primeiros habitantes da região junto a preguiças gigantes, porco-espinhos, crocodilos e mastodontes, entre outros animais.
O local já é considerado um dos maiores sítios arqueológicos de pinturas ruprestes no mundo. Neste mês, a rede britânica BBC veiculado um documentário a respeito da descoberta.
Os arqueólogos acreditam que os homens primitivos que criaram a arte gravada na rocha viveram em um período de grande transformação climática e ambiental na Amazônia, que deixava de ser um área de savana para se tornar uma floresta tropical.
Um detalhe, no entanto, ainda intriga os pesquisadores. Nas pinturas, feita com um pigmento natural vermelho, alguns humanos são mostrados com máscaras que imitam o formato de pássaros. Os arqueólogos continuam as explorações e as análises para saber mais sobre a vida na Amazônia no período e desvendar detalhes da vida cotidiana.