Merkel quer paridade no fundo para o BCE, o FMI e a Comissão Europeia (Andreas Rentz/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2010 às 10h23.
Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, definiu nesta quarta-feira no Parlamento alemão os nove pontos nos quais o mecanismo permanente de resgate, que substituirá o atual sistema a partir de 2013, deverá se basear.
A chanceler fez um apelo à "responsabilidade" e à "solidariedade" europeias para explicar a necessidade de estabelecer uma fórmula comum que assegure a estabilidade da moeda e reforce a zona do euro.
"Ninguém na Europa será deixado só, a Europa só é forte unida", afirmou Merkel em seu discurso parlamentar antes da cúpula de chefes de Estado e Governo da União Europeia (UE), que será realizada nos próximos dias 16 e 17 em Bruxelas.
Entre os nove pontos, enumerados um a um pela chanceler, destacam-se as exigências iniciais alemãs de que o setor privado participe do mecanismo de resgate permanente e de que a concessão de ajuda esteja condicionada a severos planos de ajuste orçamentário e fiscal.
Além disso, Merkel ressaltou a importância de que na fórmula de resgate financeiro definitiva estejam representados de maneira permanente e com capacidade de decisão o Banco Central Europeu (BCE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia (CE).
A chanceler assinalou ainda que o mecanismo permanente deverá ser empregado "exclusivamente" para resgatar países que pertencem à zona do euro e diante da suposição de que sua queda porá em risco "a estabilidade do conjunto da Eurozona".
"O resgate deve ser o último recurso", disse Merkel, que ressaltou que não há alternativa à moeda única e afirmou que "o euro demonstrou estar à prova de crise".
Merkel assegurou que a necessidade de incluir estes nove pontos no mecanismo de resgate permanente eram compartilhados pela Alemanha e França, os dois maiores contribuintes da UE, e cujos líderes se reuniram na sexta-feira passada em Freiburg (oeste da Alemanha) para preparar a cúpula de Bruxelas.
A chanceler fez especial menção à responsabilidade da Alemanha como primeira economia do bloco europeu e "que se beneficiou especialmente da união econômica".
Merkel também aproveitou o discurso para voltar a rejeitar em público a proposta de emitir títulos de dívida comuns ou eurobônus.
"Os denominados eurobônus não são a solução. O que necessitamos é mais harmonização e mais competitividade", argumentou.