Anel papal, que será destruído: no caso de Bento XVI, como se trata de uma renúncia, o próprio papa retirará o anel e o entregará para ser esmagado (Franco Origlia/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 12h31.
Cidade do Vaticano - Quando Bento XVI deixar de ser papa nesta quinta-feira e retirar seu anel de Pescador, que simboliza o poder do pontífice, o objeto será destruído, de acordo com as regras do Vaticano.
No caso da morte de um papa, o cardeal camerlengo, que administra a Igreja até a escolha de um sucessor, é o encarregado de retirar o anel de Pescador do dedo do pontífice, o que significa que seu reinado terminou.
O anel é imediatamente esmagado para evitar uma possível falsificação. Da mesma forma que o anel, o selo de chumbo que o pontífice usa para carimbar documentos importantes, entre eles as bulas papais, também será inutilizado.
No caso de Bento XVI, como se trata de uma renúncia, o próprio papa retirará o anel e o entregará para ser esmagado, embora o Vaticano não tenha mencionado quando isso será feito.
De acordo com a tradição, os objetos relacionados diretamente com o Ministério petrino "têm que ser destruídos".
Bento XVI foi eleito papa em 19 de abril de 2005 e cinco dias depois o decano do Colégio Cardinalício, Angelo Sodano, entregou a ele o anel do Pescador, que junto com o pálio (espécie de manto usado em volta do pescoço) simboliza o Ministério pontifício.
O anel do Pescador de Bento XVI é diferente do usado por João Paulo II, já que tem inscrito a mesma imagem do selo de chumbo: Pedro jogando uma rede para pescar.
As normas do Vaticano também preveem que após a morte, ou neste caso a renúncia do papa, o quarto do pontífice no Vaticano tem que ficar desocupado e selado até a escolha de seu sucessor.
Bento XVI abandonará hoje o Vaticano três horas antes do fim de seu pontificado e se mudará para a residência de Castel Gandolfo, a trinta quilômetros ao sul de Roma.
Esta residência papal também teria que ser selada, ao servir como morada do pontífice, mas segundo disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, isso não ocorrerá pois o local não guarda documentos relativos ao pontificado.
Bento XVI permanecerá em Castel Gandolfo por dois meses, até terminar as obras de acondicionamento do mosteiro "Mater Ecclesia", onde deverá se alojar definitivamente.