Sede do Congresso americano: Se os republicanos conquistarem a maioria nas duas casas, os dois últimos anos do governo de Barack Obama serão politicamente difíceis (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2014 às 11h57.
Rio de Janeiro - Milhões de eleitores dos 50 estados, do Distrito de Columbia (o Distrito Federal) e de territórios norte-americanos deverão comparecer às urnas amanhã (4) para as eleições legislativas nacionais.
Diferentemente do Brasil, nos Estados Unidos, as eleições para o Congresso Nacional ocorrem a cada dois anos. Isso porque os deputados federais, chamados de representatives (ou representantes, em português) nos Estados Unidos, têm mandato de dois anos.
Já os senadores têm mandato de seis anos. A cada dois anos, um terço do Senado americano é renovado.
Nesta terça-feira, serão eleitos 435 deputados representando os 50 estados, além de delegados do Distrito de Columbia e dos territórios (que não têm direito a voto). Já no Senado, serão renovadas 36 das 100 cadeiras (cada estado tem dois senadores na Casa).
O partido democrata controla 53 das 100 cadeiras na atual legislatura, enquanto o partido republicano tem apenas 45. Dois senadores são independentes, ou seja, não são filiados a nenhum partido.
Mas, dos 33 senadores que encerrarão o mandato em 2015, 20 são democratas e apenas 13 são republicanos.
Como os democratas têm mais cadeiras em jogo, as eleições deste ano para o Senado são cruciais para o governo americano, atualmente sob o comando do democrata Barack Obama.
Para manter o controle da Casa Legislativa (51 cadeiras), o partido governista precisa conquistar 18 das 33 cadeiras em jogo. Já os republicanos precisam de 19.
Por outro lado, a eleição para deputado federal é a chance dos democratas recuperarem a maioria na Câmara Federal, a chamada Casa dos Representantes, perdida nas eleições de 2010.
Atualmente, os republicanos têm 233 cadeiras e os democratas, 199, pois três lugares estão vagos.
Se os republicanos conquistarem a maioria nas duas casas, os dois últimos anos do governo de Barack Obama serão politicamente difíceis.
A eleição para deputado lá é diferente da brasileira. Em sete estados (Alaska, Delaware, Montana, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Vermont e Wyoming), vence o candidato mais votado pela população, pois esses locais, pouco populosos, têm apenas uma vaga na câmara.
Nos 43 estados restantes, que têm direito a mais de um representante, a eleição é distrital. Cada estado é divido em distritos, ou seja, regiões geográficas que congregam um número determinado de eleitores.
Os estados menos populosos têm apenas dois distritos, enquanto a Califórnia, o mais populoso, tem 53 distritos.
O candidato vencedor em cada distrito é eleito deputado federal. Não há suplentes e, se algum deles renunciar, a cadeira fica vaga até ocorra nova eleição.
O sistema político norte-americano é pluripartidário, o que significa que existem mais partidos além dos democratas e republicanos, tais como o Libertário e o Verde.
Outra possibilidade é concorrer como independente, sem vínculo partidário. Apesar disso, raramente outros partidos conseguem eleger um representante ou um político para cargo executivo.
Na legislatura atual, há apenas deputados republicanos ou democratas. No Senado, há dois independentes.
Nos Estados Unidos, as eleições são tradicionalmente realizadas em uma terça-feira e o voto não é obrigatório.
Atualizada às 12h57 de 04/11/2014 para correção de informação