Cidadão norte-americano Kenneth Bae: Bae, condenado a 15 anos de trabalhos forçados, afirmou que deseja ser libertado "o mais rápido possível" (Yonhap/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 13h34.
Seul - Kenneth Bae, missionário e guia turístico americano detido na Coreia do Norte desde novembro de 2012, protagonizou nesta segunda-feira uma rara aparição em Pyongyang para pedir aos Estados Unidos que garantam sua libertação.
De acordo com a agência japonesa "Kyodo", um dos poucos veículos da imprensa presentes no isolado país comunista que assistiram as declarações, Bae, condenado a 15 anos de trabalhos forçados, afirmou que deseja ser libertado "o mais rápido possível" para retornar a sua família nos EUA.
O cidadão americano, que se declarou culpado e pediu a colaboração entre Washington e Pyongyang, falou em coreano com a imprensa durante três minutos.
Vestido com um uniforme cinza de presidiário se retirou escoltado por dois guardas.
Ainda são desconhecidos os motivos da Coreia do Norte ter permitido que Bae, de 45 anos, falasse aos meios de comunicação, uma manobra que pode indicar a tentativa de algum tipo de contato ou negociação com os EUA.
O cidadão com passaporte americano, cujo nome coreano é Bae Joon-ho, foi hospitalizado no verão passado e em outubro recebeu em Pyongyang a visita de sua mãe, que alertou sobre sua saúde debilitada devido a diabetes e outras doenças.
Bae foi preso em novembro de 2012 e condenado em 30 de abril de 2013 pela Corte Suprema norte-coreana a 15 anos de trabalhos forçados por violar o artigo 60 da Constituição do país, o que implica em cometer um delito com o objetivo "de derrubar o regime".
Embora o crime nunca tenha sido especificado, se sabe que Bae, que trabalhava como guia turístico em uma cidade fronteiriça com a China e fazia trabalhos de missionário cristão, entrou na zona econômica especial norte-coreana de Rason com cinco turistas em novembro de 2012.
Em agosto do ano passado, a Coreia do Norte convidou um enviado especial do governo dos Estados Unidos a Pyongyang para negociar a libertação do prisioneiro, mas, mais tarde anulou a viagem alegando que Washington tinha realizado "provocações militares" contra o país comunista.
Um mês antes, o jornal "Choson Sinbo", favorável ao regime norte-coreano com sede no Japão, publicou uma entrevista de Bae, que dizia ter esperança de retornar ao seu país "o mais rápido possível".
O jornal explicou que o detido estava sendo obrigado a trabalhar no "plantio e remoção de ervas daninhas em lavouras de milho, batata e soja" e que diariamente "acorda às 6h e trabalha de 8h às 18h."