Kim Dong Chul foi um dos três presos libertados em maio de 2018 (Cheriss May/Getty Images)
AFP
Publicado em 6 de setembro de 2019 às 16h20.
Kim Dong Chul, americano condenado por Pyongyang e libertado em 2018, disse nesta sexta-feira que era um espião da CIA na Coreia do Norte, onde tirou fotos com uma pequena câmera escondida em um relógio.
O empresário de 67 anos e pastor protestante foi um dos três americanos libertados em maio de 2018 pelo regime norte-coreano, apesar de terem sido condenado por espionagem dois anos antes.
As autoridades norte-coreanas libertaram esses três prisioneiros antes da reunião histórica entre Donald Trump e Kim Jong Un.
Em entrevista à rede de televisão pública alemã NDR, transmitida no domingo, Kim Dong Chul confirmou que trabalhou como espião da CIA a partir de 2011.
"Após a morte de Kim Jong Il (em 2011), muitos rumores circularam sobre os possíveis sucessores e a evolução futura do país", explica Kim Dong Chul em um momento durante a entrevista, parcialmente transmitida à imprensa nesta sexta-feira.
Nesse contexto, a CIA decidiu recrutá-lo, desde que ele morava desde 2001 em Rason, uma zona econômica norte-coreana especial perto da fronteira com a China e a Rússia, e tinha uma permissão especial para viajar para o exterior e dentro do território norte-coreano.
Kim Dong Chul, cidadão americano, condenado a dez anos de prisão em um campo de trabalho, disse que tinha um relógio com o qual podia tirar fotos com grande discrição.
Além disso, ele alegou ter fotografado navios militares dos quais a CIA tinha apenas imagens de satélite.
Segundo a agência oficial norte-coreana KCNA, ele foi preso em outubro de 2015 no momento em que tentava obter um dispositivo USB que continha informações sobre o programa nuclear norte-coreano.