O Bolsa-Família, programa social brasileiro, é um dos exemplos no continente (Roberto Setton/Site Exame)
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2010 às 13h38.
Santiago - Os programas dos Governos destinados para os setores mais pobres beneficiam cerca de 113 milhões de latino-americanos, o que equivale a 19% da população da região, detalhou nesta segunda-feira a Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal).
A estimativa faz parte de uma nova base de dados elaborada pelo organismo sobre os programas de proteção social não contributiva na região, que o organismo das Nações Unidas define como "Programas de transferências condicionadas (PTC)".
Conforme o documento, os projetos estão em andamento em 18 países da região e beneficiam mais de 25 milhões de famílias.
Na lista de programas que compõem a base de dados está o Bolsa Alimentação e o Bolsa Família, do Brasil; além do Chile Solidário, Famílias em Ação, da Colômbia.
A base inclui informações detalhadas sobre os diferentes componentes dos PTC, assim como dados sobre despesa, cobertura e quantia de renda transferida.
Segundo a Cepal, os programas são uma ferramenta importante como políticas sociais, que buscam aumentar os níveis de consumo das famílias por meio de transferências monetárias e assim reduzir a pobreza no curto prazo.
Além disso, contribuem para fortalecer o desenvolvimento humano dos membros destas famílias para romper com o ciclo da pobreza.
Apesar da ampla cobertura, a despesa média nestes programas representa somente 0,40% do PIB dos países da região.
Os programas com o maior volume de beneficiados em termos absolutos são Bolsa Família, do Brasil (52 milhões de pessoas, metade dos beneficiados de PTC em nível regional), Oportunidades, do México (27 milhões) e Famílias em Ação, da Colômbia (12 milhões).
Segundo o Panorama social da América Latina 2010, apresentado em novembro pela Cepal, os PTC contribuíram para diminuir o impacto da crise econômica e a desigualdade, com o aumento da receita trabalhista.
O organismo prevê que a pobreza e a indigência diminuirão entre 1% e 0,4% na região, em 2010, com relação ao ano passado.