Segundo Min Zhu, o FMI discute os possíveis benefícios e malefícios do fluxo de capitais há 70 anos (Natalie Behring/Web Forum)
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2011 às 17h49.
RIO - As economias emergentes da América Latina têm pela frente um trabalho árduo em diversas frentes "para conter o risco de ciclos de expansão e retração", segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A avaliação é do assessor especial do diretor-gerente do FMI, Min Zhu, que participou do fórum da instituição, que acontece nesta quinta-feira e sexta-feira no Rio.
Segundo Min Zhu, o FMI discute os possíveis benefícios e malefícios do fluxo de capitais há 70 anos. Entre as recomendações para que os emergentes enfrentem aumentos súbitos na entrada de capitais estão: permitir a valorização da taxa do câmbio, acumular reservas de acordo com as métricas de segurança do país, e combinar as políticas fiscais e monetárias, através de ajuste fiscal e, se possível redução dos juros.
No discurso de Min Zhu, distribuído à imprensa, as recomendações são pertinentes aos países latino-americanos por várias razões, entre elas a existência de um ambiente externo propício ao crescimento da demanda interna e acumulação de vulnerabilidades da região. O assessor especial do FMI lembrou também que esses países têm se beneficiado de condições favoráveis de financiamento e de relações de troca, com exportações fortes de produtos primários que criam problemas de superaquecimento.
Outro ponto mencionado é que, "ao contrário da Ásia, as transações correntes da América Latina já são deficitárias e, embora não tenham atingido níveis perigosos, esses déficits podem levar rapidamente a uma posição mais vulnerável, já que a demanda interna está reagindo de forma exuberante", afirma Min Zhu, em sua apresentação, ressaltando também que a conta de capitais da região tende a ser mais aberta e sujeita a flutuações mais amplas no fluxo de capitais.