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América Latina pede a países ricos para evitarem desastre financeiro

Líderes temem que a continuação da crise afete a região; assunto é um dos principais temas da Assembléia da ONU

Assembléia Geral da ONU: crise econômica é um dos principais assuntos do encontro (Stan Honda/AFP)

Assembléia Geral da ONU: crise econômica é um dos principais assuntos do encontro (Stan Honda/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2011 às 16h04.

Nova York - Os principais líderes latino-americanos iniciam nesta segunda-feira uma semana de intensa atividade diplomática na sede da ONU, em Nova York, onde vão pedir aos países ricos para que evitem um desastre financeiro, do qual a região não sairia imune.

A preocupação com a crise econômica será um dos pontos mais importantes dos debates da Assembleia Geral da ONU, que reunirá de 21 a 27 de setembro dirigentes de 193 países para debater temas da atualidade internacional e será precedida por diversos foros e reuniões bilaterais.

No plano político, a reivindicação que será apresentada na sexta-feira pelos palestinos para que sejam reconhecidos como Estado de pleno direito pela ONU é o centro de muitos encontros prévios em Nova York, embora inúmeros especialistas acreditem que este pedido não prosperará por causa do já anunciado veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança.

Os líderes latino-americanos anteciparam que vão expor, na tribuna da ONU, sua preocupação com a crise econômica do mundo desenvolvido e defenderão o fortalecimento do multilateralismo, entre outros temas.

Países emergentes, com China, Brasil e Índia à frente, ofereceram ajuda à União Europeia (UE) e aos Estados Unidos para estabilizar os mercados, e clamam por uma maior coordenação internacional.

Esse gesto reforçará sua posição política em algumas de suas reivindicações, como a de que a América Latina e Ásia tenham maiores cotas de poder nas organizações multilaterais.

O presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Trombini, defendeu nesta segunda em Lisboa uma ação coordenada para evitar uma deterioração do cenário mundial, e apontou que o G20, que agrupa as 20 economias mais poderosas do planeta, pode ser "mais importante" agora do que foi na crise financeira de 2008.

A presidente Dilma Rousseff já está em Nova York, onde participa de um fórum sobre controle de doenças não transmissíveis. Na quarta-feira, ela vai abrir os debates na Assembleia Geral, na qual pedirá novamente um assento permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, segundo fontes diplomáticas.

Outros países latino-americanos, como Argentina e México, deverão também pedir uma reforma da organização para adaptá-la à realidade atual, ao invés de seguir ancorada na geopolítica do fim da Segunda Guerra Mundial.

Ao contrário das nações desenvolvidas, os países da América Latina vivem um bom momento financeiro, e estão lidando bem com a crise econômica internacional, com um ritmo médio de crescimento de 4,1% em 2011, embora com risco de aquecimento de suas economias, transformadas em um ímã para fluxos globais de capitais e pressões inflacionárias.

A maioria dos líderes latino-americanos confirmou sua presença na Assembleia. Cuba estará representada por seu ministro de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, enquanto o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, cujos discursos despertam sempre interesse na ONU, está em Havana em tratamento contra o câncer. Com isso, será seu chanceler, Nicolas Maduro, quem vai representar o país.

O chefe de Estado do Equador, Rafael Correa, vai a Nova York em busca de financiamento para o projeto meio ambiental Yasuní, mas não falará perante a Assembleia Geral a ONU por considerar que não tem eficácia, segundo disse em Quito, e também será seu ministro de Relações Exteriores, Ricardo Patiño, quem vai se pronunciar a esse fórum.

Os países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) denunciarão o papel do Conselho de Segurança das Nações Unidas no conflito da Líbia, disse nesta segunda em Havana o presidente da Bolívia, Evo Morales, pouco antes de embarcar para Nova York.

A exigência da Argentina ao Reino Unido sobre a soberania das ilhas Malvinas, a condenação do embargo comercial dos Estados Unidos a Cuba, a situação no Haiti ou a luta contra o crime organizado também serão evocados nos debates dos líderes mundiais.

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