Imagem da movimentada Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro: o Cone Sul, do qual o Brasil faz parte, é a zona onde há mais proporção da população vivendo em cidades (Antonio Scorza/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2012 às 12h58.
Rio de Janeiro - Cerca de 90% da população do Brasil e do resto do Cone Sul viverá em cidades em apenas oito anos, enquanto em toda a América Latina, a região mais urbanizada do mundo, a taxa de população urbana chegará a 89% em 2050, segundo um estudo da ONU divulgado nesta terça-feira.
"A América Latina é a região mais urbanizada do mundo, mas também uma das menos povoadas em relação ao seu território. Quase 80% de sua população vive em cidades, uma proporção superior à do grupo de países desenvolvidos", afirma um relatório da ONU-Habitat, o programa da ONU para Assentamentos Humanos.
O Cone Sul, do qual o Brasil faz parte, é a zona onde há mais proporção da população vivendo em cidades, seguido pelos países andinos e pelo México - com uma taxa de população urbana de 85% atualmente -, e depois é seguido por Caribe e América Central.
O número de cidades na região aumentou seis vezes em 50 anos. Metade da população urbana, cerca de 222 milhões de pessoas, vive em cidades com menos de 500 mil habitantes, e 14% (65 milhões de pessoas) vive em megacidades, indica o relatório, intitulado "O estado das cidades da América Latina".
Mas ultimamente o crescimento demográfico e a urbanização perderam força, assim como a migração do campo à cidade, e "a evolução demográfica das cidades tende a se limitar a um crescimento natural", afirma.
"As migrações são agora mais complexas, e ocorrem principalmente entre cidades, às vezes através de fronteiras internacionais", sustenta a ONU.
O relatório destaca com preocupação que as cidades são cada vez menos compactas e seguem se expandindo fisicamente, apesar da desaceleração demográfica, de uma maneira que "não é sustentável".
As 40 principais cidades da América Latina produzem anualmente um PIB de mais de 842 bilhões de dólares e são verdadeiros motores da economia regional. A população urbana pobre, no entanto, caiu, mas 124 milhões de pessoas - uma em cada quatro em áreas urbanas - vivem na pobreza, segundo a ONU.