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Ameaças a jornalistas nas eleições americanas preocupam OEA

A responsável pela missão pareceu se referir às ameaças proferidas durante a campanha de Trump de que reformaria as leis de difamação

Trump: a relação de Trump com os veículos de comunicação foi difícil desde o início da campanha, mas a tensão passou por uma escalada (Lucas Jackson/Reuters)

Trump: a relação de Trump com os veículos de comunicação foi difícil desde o início da campanha, mas a tensão passou por uma escalada (Lucas Jackson/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 19h03.

A campanha eleitoral nos Estados Unidos registrou discursos desagregadores e ameaças contra jornalistas que são "preocupantes" - concluiu a missão de observação da Organização dos Estados Americanos (OEA), em um informe divulgado nesta terça-feira (17).

"A missão observou com preocupação um aumento da retórica polarizadora e divisiva na campanha que teve grupos específicos como alvo", disse a responsável pela missão, a ex-presidente costa-riquenha Laura Chinchilla (2010-2014), ao ler um resumo do relatório.

"As ameaças de tomar ações judiciais contra jornalistas (...) e a restrição no acesso para cobrir eventos foi preocupante", acrescentou Chinchilla, em uma reunião do Conselho Permanente da OEA.

Sem fazer referências diretas, Laura Chinchilla pareceu se referir às ameaças proferidas durante a campanha pelo presidente eleito Donald Trump de que reformaria as leis de difamação para se defender da imprensa.

A relação de Trump com os veículos de comunicação foi difícil desde o início da campanha, mas a tensão passou por uma escalada: insultos, jornalistas sendo expulsos - ou vetados - de entrevistas coletiva e ameaçados de serem processados.

Chinchilla também destacou o "papel sem precedentes" das redes sociais nos comícios, especialmente como um "meio efetivo" para os criadores de notícias falsas.

No descentralizado sistema eleitoral americano, cada estado contém suas regras sobre a votação, e a missão da OEA esteve presente em 12 deles no dia da eleição, em 8 de novembro. São 50 estados.

Essa foi a primeira missão eleitoral do órgão nos Estados Unidos.

Chinchilla destacou que esse sistema, sem comparação na região, sobreviveu à transição pacífica de 45 presidentes, mas alertou sobre a composição "partidária" dos distritos de votação e sobre a influência do financiamento na campanha, por meio dos grupos independentes, conhecidos como "SuperPAC".

Para ela, é preciso aumentar o nível de transparência para minimizar "as influências sub-reptícias e os conflitos de interesse", afirmou.

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