Tensão nuclear: o combate às armas nucleares é considerado tema prioritário na agenda global desde a resolução da primeira Assembleia Geral da ONU, ainda em 1946
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2017 às 23h15.
Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 07h18.
Nesta terça-feira, 26 de setembro, deveria ser celebrado o Dia Internacional para a Total Eliminação das Armas Nucleares, mas as tensões em torno da eclosão de uma possível guerra nuclear só fazem crescer.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:
As recentes trocas de ameaças entre Estados Unidos e Coreia do Norte, alimentadas pelos presidentes Donald Trump e Kim Jong-un, acenderam um alerta global, e as potências nucleares do mundo estão mais longe do que nunca de se desfazerem dos seus armamentos.
Após o presidente americano declarar, em seu discurso de estreia na Assembleia Geral das Nações Unidas no último dia 19, que o país estaria pronto para destruir a Coreia do Norte caso fosse necessário, veio a resposta.
Nessa segunda-feira, o presidente norte-coreano afirmou que tem encarado os comentários de Trump como declarações de guerra, e ameaçou derrubar aviões de tropas americanas, seja lá qual for o território que eles estejam sobrevoando.
Também na ONU, o ministro de relações exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, disse que está nos planos testar uma bomba de hidrogênio — mesmo tipo usado contra as cidades de Hiroshima e Nagasaki — em algum lugar do Pacífico.
Uma guerra de palavras já existe, e só esse movimento já vai numa direção totalmente contrária à pregada desde os primórdios das Nações Unidas.
O combate às armas nucleares é considerado tema prioritário na agenda global desde a resolução da primeira Assembleia Geral da ONU, ainda em 1946.
A organização afirma, porém, que restam ainda cerca de 15.000 armas nucleares no mundo e que, este ano, nenhuma delas foi destruída. Em 7 de julho, foi firmado o Tratado pela Proibição de Armas Nucleares — do qual o Brasil se tornou signatário no último dia 20, se juntando a mais de 120 países —, mas grandes potências ainda se recusam a se desfazer de suas ogivas.
A ONU estima que os países ainda invistam cerca de 100 bilhões de dólares por ano na modernização dos arsenais, mostrando que o sonho de ver um mundo livre de ameaças de destruição em massa está longe de se concretizar.