Estudantes da Universidade Chinesa de Hong Kong iniciam boicote de uma semana (Xaume Olleros/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2014 às 15h34.
Hong Kong - Os estudantes do movimento pró-democracia em Hong Kong iniciaram nesta segunda-feira um boicote de uma semana às aulas para protestar contra a decisão de Pequim de limitar o alcance do voto universal na ex-colônia britânica.
A China, que recuperou Hong Kong em 1997, anunciou em agosto que o futuro chefe do Executivo local será eleito por sufrágio universal a partir de 2017, mas que apenas dois ou três candidatos selecionados por um comitê poderão disputar a votação.
Uma coalizão de movimentos pró-democracia, liderada pelo grupo Occupy Central, organiza uma campanha desde então para denunciar o que muitos cidadãos do território consideram um controle cada vez maior de Pequim sobre as questões locais.
Quase 13.000 estudantes de diversas universidades, vestidos com camisas brancas - cor do luto na China - se reuniram no campus da Universidade Chinesa de Hong Kong, ao invés de seguir para as aulas, segundo os organizadores.
Milhares de estudantes de 25 universidades e escolas de Hong Kong devem faltar as aulas durante a semana. Desta forma esperam fortalecer o movimento democrático, apesar do líderes da campanha terem reconhecido recentemente que não existe a probabilidade de obter um recuo da China.
Mesmo sem esperanças de sucesso, os militantes, estudantes, funcionários públicos, sindicalistas, parlamentares e cidadãos anônimos, prometeram uma "era de desobediência civil" para tentar influenciar a posição da China.
De acordo com uma pesquisa recente, mais de 20% dos moradores de Hong Kong estariam dispostos a emigrar, enquanto aumenta o pessimismo sobre a independência política da ex-colônia britânica.
Na pesquisa, realizada pela Universidade Chinesa de Hong Kong, em uma escala de 0 a 10, com 0 para "extremamente pessimista", a média das respostas recebeu nota 4,22.