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Alta do petróleo não deve afetar gasolina no Brasil, dizem analistas

Nesta quarta (2), o barril negociado em Londres, às 16h (horário de Brasília), já passava dos cem dólares em função dos conflitos no Egito

EXAME.com (EXAME.com)

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Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 17h02.

São Paulo - Os protestos violentos no Egito causados pelo confronto entre manifestantes e o presidente Hosni Mubarak podem ter repercussões econômicas no mundo todo. No curto prazo, a maior preocupação tem sido a alta do petróleo no mercado internacional. Por causa do impasse político na região - que abriga uma das rotas comerciais e de petróleo mais importantes do mundo, o Canal de Suez - o barril do petróleo Brent, com vencimento em março, negociado em Londres, registrava cotação de US$ 101,52 às 16h (horário de Brasília) desta quarta (2).

Segundo especialistas do setor ouvidos por EXAME.com, a alta internacional não deve afetar o preço da gasolina no Brasil. "Nos últimos oito anos, o governo brasileiro demonstrou bastante controle sobre as oscilações internacionais", afirma o analista de petróleo Eduardo Roche, da Modal Invest. "Barril a cem dólares não é novidade e dado o ambiente inflacionário do país atualmente, é improvável que ocorra uma elevação dos preços no mercado interno".

Para Osmar Sanches, da Lafis, se passageira, a alta do petróleo internacional não deve ter reflexos no Brasil. "Um aumento das cotações acarreta um crescimento da inflação, e o governo não quer isso", disse. Baseado no histórico da relação de preços entre o barril de petróleo e a gasolina, o analista afirma que mesmo persistindo por um semestre inteiro, "o que é pouco provável", a alta não oferece riscos para o consumidor brasileiro.

Mas caso o preço do petróleo se mantenha elevado ao longo de um ano, será grande a ameaça da gasolina ficar mais cara também. Ainda assim, o governo dispõe de mecanismos para evitar uma aumento abusivo. Segundo os analistas, a fim de evitar impactos sobre a inflação é possível reduzir a alíquota da Cide, imposto que recai sobre os combustíveis. Outra opção seria a de aumentar a mistura de álcool na gasolina, hoje em 25%, dependendo do preço do etanol no mercado.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, como o percentual de álcool já está no teto permitido por lei, para aumentá-lo seria necessária a aprovação do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (CIMA), que dispõe sobre a adição de etanol anidro combustível à gasolina. Procurada, a Petrobras disse que não repassa a volatilidade dos preços internacionais para o mercado interno a curto prazo.

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