Shinzo Abe: Japão foi um dos aliados norte-americanos a comemorarem novas sanções contra a Coreia do Norte (Kim Kyung-hoon/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de setembro de 2017 às 08h55.
Última atualização em 12 de setembro de 2017 às 08h58.
Nações Unidas / Seul - Importantes aliados dos Estados Unidos na Ásia saudaram nesta terça-feira a votação unânime do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que aprovou novas sanções à Coreia do Norte, que teve as lucrativas exportações de têxteis proibidas e cujas importações de combustíveis foram limitadas após seu sexto teste nuclear.
Após a aprovação da resolução esboçada pelos EUA no Conselho de Segurança, Japão e Coreia do Sul disseram estar preparados para fazer mais pressão se Pyongyang se recusar a encerrar seu desenvolvimento agressivo de armas nucleares e mísseis balísticos.
A decisão de segunda-feira foi a nona resolução de sanções adotada unanimemente pelos 15 membros do Conselho de Segurança desde 2006 em reação aos programas nuclear e de mísseis balísticos norte-coreanos.
Um esboço inicial de resolução mais severo foi amenizado para obter o apoio da China, principal aliada e parceira comercial de Pyongyang, e da Rússia, ambas detentoras de poder de veto no Conselho de Segurança da ONU.
"Não temos prazer de intensificar ainda mais as sanções hoje. Não estamos procurando guerra", disse a embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, ao conselho após a votação. "O regime norte-coreano ainda não ultrapassou o ponto sem volta".
"Se ele concordar em interromper seu programa nuclear, pode reivindicar seu futuro... se a Coreia do Norte continuar seu caminho perigoso, continuaremos pressionando mais", disse Haley, que creditou uma "amizade forte" entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, pelas negociações bem-sucedidas que levaram à resolução.
Os Estados-membros da ONU agora têm obrigação de interromper as importações de têxteis da Coreia do Norte, seu segundo maior item de exportação depois do carvão e outros minerais em 2016, quando totalizou 752 milhões de dólares e representou um quarto de sua renda vinda do comércio, de acordo com dados sul-coreanos -- quase 80 por cento disso foi para a China.
"Esta resolução também põe fim ao fato de o regime fazer dinheiro com os 93 mil cidadãos norte-coreanos que envia ao exterior para trabalhar e que taxa pesadamente", disse Haley.
A Casa Azul, sede da Presidência sul-coreana, disse nesta terça-feira que a única maneira de Pyongyang encerrar o isolamento diplomático e se livrar da pressão econômica é encerrar seu programa nuclear e retomar o diálogo.
Já a agência de notícias oficial chinesa Xinhua comentou que o governo Trump erra ao rejeitar o engajamento diplomático com a Coreia do Norte.