Mundo

Aliados de Mubarak tentam chegar à praça Tahrir no Cairo

Cerca de 500 apoiadores do presidente tentam alcançar o local onde os protestantes estão reunidos; não houve confrontos entre os grupos, mas tensão é grande

A praça Tahrir, no Cairo, vêm sendo o centro dos protestos contra Mubarak (Peter Macdiarmid/Getty Images)

A praça Tahrir, no Cairo, vêm sendo o centro dos protestos contra Mubarak (Peter Macdiarmid/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 09h53.

Cairo - Cerca de 500 partidários do regime de Hosni Mubarak caminhavam nesta quarta-feira em direção à praça Tahrir, epicentro da revolta popular do Egito, região sob forte tensão, como pode comprovar a Agência Efe.

Dentro da praça Tahrir, separados por um cordão de civis e do Exército, estão os milhares de manifestantes da oposição que montam guarda desde sexta-feira, três dias depois do início dos protestos contra o regime.

Os partidários de Mubarak, entre 400 e 500, estão antes do posto de controle montado por tanques do Exército e soldados, apoiados por civis, perto de uma ponte sobre o Nilo que desemboca na avenida de acesso à praça Tahrir.

Foram vistos outros grupos partidários de Mubarak em diferentes locais da capital, incluindo os arredores da sede do Ministério de Assuntos Exteriores, em uma avenida paralela ao Nilo, e no bairro de Mohandisin.

"Com meu corpo e com meu sangue defenderei Mubarak!", gritam os manifestantes governamentais próximos à praça Tahrir.

Até as primeiras horas da tarde não haviam sido registrados choques entre os dois grupos, apesar de no centro do Cairo o clima ser de grande tensão.

A presença dos partidários de Mubarak ocorre enquanto inúmeros egípcios seguem acedendo à praça Tahrir para somar-se às manifestações de protesto contra o regime, em um cenário que se transformou no ponto de resistência contra o regime.

"Mubarak deve sair agora. Queremos mudança antes de setembro", disse à agência Efe Abdul Tahad, um dos manifestantes de oposição, quando chegava à praça Tahrir para somar-se aos protestos.

Tahad referia-se ao anúncio de Mubarak, na véspera, de não concorrer à reeleição no pleito de setembro, após três décadas no poder.

Desde a terça-feira à noite, partidários de Mubarak são vistos em outros pontos do centro do Cairo.

Terça à noite, em uma praça da cidade de Alexandria, às margens do Mediterrâneo, partidários e contrários de Mubarak trocaram socos, briga que só terminou quando os dois setores foram separados pelo Exército.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoPolítica

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos