Keiko Fujimori: num centro de votação, mais pessoas votaram do que o número de registrados, disse Spadaro (Janine Costa/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 20h11.
Lima - Parlamentares do partido conservador de Keiko Fujimori, candidata derrotada na eleição presidencial do Peru, levantaram dúvidas sobre o processo eleitoral do país nesta quinta-feira, embora tenham dito que aceitarão os resultados oficiais do pleito mais disputado em décadas no país.
Uma apuração de votos encerrada após quatro dias mostrou que Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que está atualmente preso, perdeu para o economista Pedro Pablo Kuczynski por 50,12 por cento a 49,88 por cento dos votos.
O parlamentar Pedro Spadaro e o congressista eleito Daniel Salaverry afirmaram que integrantes do partido haviam detectado irregularidades em postos eleitorais na Amazônia e nos Estados Unidos e estavam pedindo às autoridades a anulação desses votos, alguns dos quais já foram contabilizados.
Num centro de votação, mais pessoas votaram do que o número de registrados, disse Spadaro.
"Ninguém, absolutamente ninguém, nenhum dos partidos políticos, pode se declarar vitorioso ainda”, afirmou Spadaro em comentários transmitidos de uma entrevista à imprensa na sede da campanha de Keiko Fujimori.
Outra parlamentar, Lourdes Alcorta, notou um número “excessivo” de policiais e militares em zonas eleitorais, mas disse que o partido não estava denunciado fraude.
"Nós não usamos essa palavra e não vamos usá-la”, afirmou. “O que estamos exigindo é velocidade e transparência para que o desejo das pessoas não seja distorcido.”
Observadores da União Europeia disseram no domingo que a eleição havia sido limpa e que não havia nenhum relato de fraude.
Keiko Fujimori, de 41 anos, evitou aparições públicas pelo quarto dia consecutivo, desde a eleição de domingo.