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Aliado de Peña Nieto recebeu US$ 1,5 mi da Braskem, diz ONG

Emilio Lozoya, ex-diretor-geral da Petróleos Mexicanos (Pemex), foi assessor de assuntos internacionais da campanha do atual presidente do México

Peña Nieto: documentos mostram que Peña Nieto se reuniu com Marcelo Odebrecht três vezes antes de ser eleito (Edgard Garrido/Reuters)

Peña Nieto: documentos mostram que Peña Nieto se reuniu com Marcelo Odebrecht três vezes antes de ser eleito (Edgard Garrido/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 19h40.

Cidade do México - A petroquímica Braskem, que tem Odebrecht e Petrobras como controladoras, teria feito três transferências que totalizaram US$ 1,5 milhão para Emilio Lozoya, ex-diretor-geral da Petróleos Mexicanos (Pemex) e que foi assessor de assuntos internacionais da campanha do atual presidente do México, Enrique Peña Nieto, nas eleições disputadas em 2012.

A denúncia foi feita pela Organização Mexicanos contra a Corrupção e a Impunidade (MCCI) nesta segunda-feira. A entidade afirma que a Braskem fez os repasses à empresa Latin America Asia Capital Holding, supostamente ligada a Lozoya.

A MCCI obteve uma transcrição de uma reunião privada de acionistas da petroquímica realizada em fevereiro de 2013. No encontro, o ex-presidente da Braskem, Carlos Fadigas, afirma que a empresa acompanhou em "tempo integral" a campanha de Peña Nieto.

"Não só dele, mas também de sua equipe", disse Fadigas, que hoje colabora com o Ministério Público do Brasil como delator na operação Lava Jato.

As transferências realizadas no meio da campanha, segundo a MCCI, vinham da Braskem que, naquela época, "construía a usina Etileno XXI no estado de Vera Cruz, em parceria com a mexicana Idesa".

Além disso, os documentos obtidos pela MCCI mostram que Peña Nieto se reuniu com Marcelo Odebrecht três vezes antes de ser eleito como presidente do México.

Em abril de 2010, o então governador do Estado do México viajou para o Brasil para se reunir com o empresário brasileiro. Em outubro de 2011, os dois se encontraram em Toluca, ressalta a investigação, citando e-mails interceptados pela Polícia Federal do Brasil.

Na visita ao México de outubro de 2011, Odebrecht também teve um encontro com ex-governador de Vera Cruz Javier Duarte, hoje preso acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro e crime organizado.

Algumas semanas antes de tomar posse, em 12 de novembro de 2011, Peña Nieto voltou a se encontrar com Odebrecht em Querétaro.

Em agosto, a organização El Quinto Elemento Lab mostrou uma ligação entre Loyoza e as transferências a favor da Latin American Asia Capital Holding, com base nas Ilhas Virgens, tendo como base extratos das contas e as declarações de ex-diretores da Odebrecht para o Ministério Público Federal do Brasil.

No entanto, Lozoya negou ter qualquer relação com a emprensa e alegou que nunca conversou com nenhum funcionário da Odebrecht sobre "propinas ou ilegalidades".

A Procuradoria-Geral da República (PGR) do México anunciou que levará a investigação do caso Odebrecht no país até as "últimas consequências".

O titular da Promotoria Especializada em Atenção de Crimes Eleitorais, Santiago Nieto, foi removido do cargo por violar o código de conduta da PGR na sexta-feira, dois dias depois de ter denunciado que sofreu pressão de Lozoya para que declarasse publicamente sua inocência.

O ex-diretor da Pemex também negou a acusação do promotor.

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