O guia supremo da revolução iraniana, aiatolá Ali Khamenei: "sobre o Holocausto não se sabe se a origem deste assunto é verdade ou não" (AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2014 às 11h16.
Teerã - Em seu tradicional discurso do primeiro dia do Ano Novo persa, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, colocou em dúvida a existência do Holocausto e criticou a "falta de liberdade" na Europa para debater a questão.
"Em países europeus ninguém tem coragem para falar do Holocausto. Sobre o Holocausto não se sabe se a origem deste assunto é verdade ou não. Se é verdade: como foi? Formar uma opinião do Holocausto, colocá-lo em dúvida é um dos maiores pecados (na Europa). Isto é impedido. Prendem as pessoas. Prenderão qualquer um, perseguirão judicialmente. E asseguram serem os defensores da liberdade", disse Khamenei.
O líder supremo se dirigiu à nação nesta manhã no templo de Imam Reza, em Mashhad, como se faz em todo dia primeiro do ano novo persa (Nouruz).
O discurso foi transmitido ao vivo pelas emissoras locais. Em seu discurso, Khamenei pediu que a nação ajude a melhorar a economia sem esperar que a comunidade internacional retire as sanções que bloqueiam o país há uma década e que foram reforçadas em 2010.
"Podemos fazer florescer a economia se focamos toda nossa vontade nisso. Não devemos esperar ajuda do inimigo nem esperar que se retirem as sanções ou se chegue a um acordo. Que vão para o inferno. Veremos o que podemos fazer nós mesmos", disse Khamenei.
Segundo ele, as sanções contra o Irã são ineficazes, como mostram os grandes progressos científicos nos campos nuclear, celular, na indústria de defesa e na nanotecnologia, obtidos apesar das instituições educativas estarem impedidas de realizar intercâmbio com o exterior.
"Deixemos que o inimigo se cegue de inveja porque fazemos progressos em aviões não tripulados e na indústria de mísseis", assinalou.
O líder supremo pediu que os iranianos permaneçam fortes. "A nação iraniana tem que se fortalecer, essa é minha palavra. Se uma nação não quer ser forte e permanece fraca, será dominada. Será pressionada. Se uma nação não quer ser forte os dominadores vão chantageá-la. Se puderem, a insultarão e a pisotearão", advertiu.
Segundo ele, os iranianos "permanecem fiéis" ao sistema islâmico, à República Islâmica e à bandeira içada do islã".