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Alerta de tempestade solar ameaça sistemas de energia nos EUA

Emissão de partículas do sol pode causar auroras boreais e afetar infraestrutura elétrica

Erupção solar pode causar problemas nas telecomunicações nesta quinta-feira (10). (Freepik/Divulgação)

Erupção solar pode causar problemas nas telecomunicações nesta quinta-feira (10). (Freepik/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 06h32.

As autoridades americanas emitiram um alerta de tempestade solar nesta quarta-feira, 9, após uma grande explosão de partículas solares se dirigir à Terra. A ejeção de massa coronal, como é conhecido esse tipo de erupção solar, foi detectada por satélites de monitoramento e deve atingir o planeta nesta quinta-feira, 10. Além de poder provocar auroras boreais em áreas mais próximas ao Equador, o fenômeno traz preocupações sobre possíveis impactos nas redes elétricas e nos sistemas de telecomunicações. As informações são do The New York Times.

Essas ejeções solares, que podem gerar belas exibições de luzes no céu, também têm uma carga perigosa. Quando atingem o campo magnético da Terra, as partículas carregadas de alta energia têm o potencial de interromper a operação de satélites, de GPS e de redes elétricas. Segundo especialistas, a tempestade atual pode ser menos intensa que o evento extremo ocorrido em maio deste ano, mas ainda pode provocar perturbações consideráveis.

Shawn Dahl, coordenador do Serviço de Previsão do Clima Espacial, da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), explicou que a ejeção ocorreu no centro do sol, o que indica que parte significativa das partículas deve atingir a Terra diretamente. “Acreditamos que o impacto possa ser significativo, dado o posicionamento da explosão”, afirmou Dahl para o The New York Times. Esse tipo de evento, que é raro e de alta intensidade, ocorre quando manchas solares geram fortes explosões que projetam partículas carregadas em altíssima velocidade.

Efeitos na infraestrutura e monitoramento

A tempestade geomagnética causada pela ejeção de massa coronal deve durar aproximadamente 36 horas. Além do espetáculo das auroras boreais, que podem ser vistas mais ao sul do que o habitual, o impacto pode atingir a infraestrutura de energia e telecomunicações já afetada por recentes eventos climáticos extremos. O furacão Helene, por exemplo, danificou a rede elétrica em algumas regiões dos Estados Unidos e o furacão Milton, que se aproxima da Flórida, pode intensificar os desafios.

O Serviço de Previsão do Clima Espacial se adiantou e já alertou os operadores de redes elétricas para possíveis falhas e interrupções causadas pela tempestade solar. Em eventos anteriores, tempestades solares afetaram a distribuição de energia, exigindo que companhias elétricas tomassem precauções adicionais para proteger seus sistemas. Em maio, uma série de ejeções sucessivas intensificou os efeitos das tempestades geomagnéticas, causando interrupções momentâneas em algumas regiões.

As partículas que chegam da tempestade solar viajam a uma velocidade de mais de 2,5 milhões de quilômetros por hora. Essa velocidade extrema faz com que o tempo de resposta para lidar com possíveis impactos seja curto. Dois satélites da NASA, o Explorador Avançado de Composição (ACE) e o Observatório Climático do Espaço Profundo (DSCOVR), estão localizados a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra e são capazes de captar sinais das partículas em sua aproximação, oferecendo entre 15 e 30 minutos de alerta antecipado antes que o fenômeno chegue ao planeta.

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