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Alemanha se transformou em âncora de esperança, diz Steinmeier

Segundo o ex-ministro das Relações Exteriores, a Alemanha não dá esperança aos demais porque demonstrou que as coisas podem melhorar.

Frank-Walter Steinmeier: "Precisamos de coragem para preservar o que temos, liberdade e democracia em uma Europa unida" (Faisal al-Tamimi/AFP)

Frank-Walter Steinmeier: "Precisamos de coragem para preservar o que temos, liberdade e democracia em uma Europa unida" (Faisal al-Tamimi/AFP)

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EFE

Publicado em 12 de fevereiro de 2017 às 14h27.

Berlim - O presidente eleito da Alemanha, Frank Walter Steinmeier, destacou neste domingo, no discurso de aceitação do cargo, que o país se transformou em uma "âncora de esperança" para muitas pessoas do mundo, apesar do difícil passado alemão.

"Os senhores me enchem de coragem", disse Steinmeier aos parlamentares da Assembleia Federal que acabavam de elegê-lo por maioria absoluta, repetindo uma frase que tinha escutado de uma ativista tunisiana ao se referir à luta pela democracia.

"Ela não se referia a mim, nem a minha delegação, mas ao nosso país. Não é surpreendente? Não é realmente maravilhoso que essa Alemanha, nossa difícil pátria, como chamou Gustav Heinemann (presidente entre 1964 e 1974), tenha se transformado para muitos em uma âncora de esperança?", indagou o presidente entre aplausos.

Segundo o ex-ministro das Relações Exteriores, a Alemanha não dá esperança aos demais por ser um país perfeito, mas sim porque demonstrou que as coisas podem melhorar, que é possível passar da guerra para a paz e da divisão para a reconciliação. E que é possível "superar o delírio da ideologia" para chegar à "sensatez política".

Em um momento de incertezas e riscos, Steinmeier disse ser necessária a defesa dos fundamentos da democracia. "Precisamos de coragem para preservar o que temos, liberdade e democracia em uma Europa unida", afirmou.

Em seu discurso, Steinmeier lembrou muitos de seus antecessores, começando por Theodor Heuss, primeiro presidente da República Federal da Alemanha, que disse que foi eleito quando o país estava sendo reconstruído nas ruas após as ruínas provocadas pelo nazismo.

Steinmeier também citou Roman Herzog, primeiro presidente depois da reunificação alemã, em um momento que, da mesma forma que os dias atuais, há vozes que clamam por xenofobia e ressentimento.

"Nosso país conseguiu superar esses clamores e tenho certeza que voltará a superá-los agora", disse o ex-ministro.

O cargo de presidente da Alemanha tem funções principalmente representativas e deve representar a unidade da nação. Por isso, Steinmeier suspendeu sua filiação política durante o tempo que permanecer no cargo.

De origem social-democrata, o ex-ministro contava com apoio dos partidos da grande coalizão governistas, assim como do Partido Liberal e do Os Verdes.

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