Homens sírios e palestinos fazem fila para carimbar documentos na entidade de imigração localizada na fronteira entre Líbano e Síria: Gabriel e Steinmeier também defendem "critérios vinculantes e objetivos para fixar cotas de recepção de todos os Estados membros (REUTERS/Jamal Saidi)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2015 às 11h08.
O vice-chanceler e o ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel e Frank-Walter Steinmeier, defendem em um artigo publicado nesta quinta-feira a reforma do "sistema de Dublin", que organiza a análise dos pedidos de asilo na Europa.
Uma situação na qual "apenas alguns Estados membros assumem a total responsabilidade é tão pouco aceitável como um sistema que divide a carga entre os países que se encontram na fronteira exterior da UE", afirmam os dois políticos no artigo, publicado no jornal francês Le Figaro e no italiano Corriere della Sera.
O texto reitera 10 propostas da Alemanha sobre a imigração.
"Devemos, portanto, reformar o sistema de Dublin em vigor", completam, em referência à regulamentação europeia que prevê que as solicitações de asilo devem ser examinadas no país de entrada dos imigrantes.
A Alemanha já suspendeu na prática a aplicação da regulamentação, ao anunciar na terça-feira o fim do envio dos demandantes de asilo sírios ao país pelo qual entraram na Europa.
Gabriel e Steinmeier também defendem "critérios vinculantes e objetivos para fixar cotas de recepção de todos os Estados membros em função de suas capacidades".
"A maneira como reagimos até agora ante o fenômeno da imigração não está à altura das ambições que a Europa deve ter", afirmam, ao propor uma "política europeia na questão do asilo".
"Isto requer um código europeu único em termos de asilo para garantir um estatuto uniforme de asilo, válido em toda a União Europeia, e uma gestão europeia das fronteiras".
O presidente francês François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel defenderam na segunda-feira uma resposta "unificada" da UE para a entrada de imigrantes.
Steinmeier e Gabriel propõem ainda um "apoio financeiro concreto" para os países de primeira acolhida dos imigrantes.
"O Mediterrâneo não deve virar um imenso cemitério de imigrantes desesperados", ressaltam, em um momento de muitos naufrágios nas costas europeias.
"Está em jogo a herança humanitária da Europa e a concepção europeia do Homem", concluem.