Assassinato: os crimes aconteceram entre os anos de 2003 e 2005 em duas clínicas, nas cidades de Delmenhorst e Oldenburgo (Fabian Bimmer/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de agosto de 2017 às 11h13.
Berlim - A polícia da Alemanha informou nesta segunda-feira que o ex-enfermeiro condenado à prisão perpétua pela morte de dois pacientes, a tentativa de assassinato de outros três, um caso de lesão corporal grave e é suspeito de ter matado outros 36, poderia ser responsável pela morte de mais 84 pessoas.
Os especialistas da comissão especial "Cardio" exumaram 134 corpos para detectar se os mesmos apresentavam vestígios de medicamentos com os quais o ex-enfermeiro causava primeiro uma parada cardíaca e um colapso circulatório, para depois tentar reanimá-los e se passar como um herói para seus colegas, segundo informou a emissora regional de radiotelevisão "NDR".
Em uma entrevista coletiva, o chefe de polícia de Oldenburgo, Johann Kühme, afirmou que muitos dos pacientes mortos foram cremados, por isso a cifra de mortes atribuíveis ao ex-enfermeiro, Niels H., de 40 anos, poderia ser ainda maior.
Os crimes aconteceram entre os anos de 2003 e 2005 em duas clínicas, nas cidades de Delmenhorst e Oldenburgo, no noroeste do país, e o ex-enfermeiro utilizou um total de cinco medicamentos diferentes.
Dois ex-diretores médicos e o responsável da unidade de tratamento intensivo de Delmenhorst foram acusados de homicídio por omissão.
No entanto, na clínica de Oldenburgo continuam as investigações para determinar a possível corresponsabilidade de outros profissionais de saúde na morte de muitos dos pacientes. Para isto, é necessário primeiro estabelecer de quais mortes se está falando e as circunstâncias das mesmas, indicou o procurador da cidade, Thomas Sander.
O chefe de polícia, por sua vez, se mostrou convencido de que "os assassinatos poderiam ter sido evitados".
A comissão especial Cardio concluirá seu trabalho no próximo dia 31, após 34 meses de investigações, e, mesmo assim, o caso ainda não será encerrado.
Em um primeiro julgamento, o próprio ex-enfermeiro confessou que tinha injetado uma dose maior de um medicamento cardíaco para 90 pacientes, dos quais 30 faleceram.