Segundo o ministro alemão, o "ataque dos mercados contra a Itália" é um ataque contra toda a zona do euro (Thomas Coex/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2011 às 13h27.
Roma - O vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha, Philipp Rösler, insistiu nesta quarta-feira na oposição do Governo alemão aos eurobônus, depois que o presidente da Comissão Europeia (Comissão Europeia), José Manuel Durão Barroso, terá dito que vai propor em breve opções para lançar esse tipo de títulos de dívida.
Em comparecimento diante da imprensa de comunicação em Roma ao fim de uma reunião com o ministro italiano de Desenvolvimento Econômico, Paolo Romani, Rösler afirmou que seu Governo concebe o "ataque dos mercados contra a Itália" como um ataque a toda a zona do euro.
"Digo expressamente 'não' aos eurobônus e esta é a posição do Governo federal alemão", indicou o ministro da Economia da Alemanha, quem afirmou que a economia italiana é "verdadeiramente muito, muito forte".
Rösler expressou seu "profundo respeito" pelo plano de ajuste orçamentário de 54 bilhões de euros do Governo de Silvio Berlusconi, que o Parlamento italiano se dispõe nesta quarta-feira a aprovar de modo definitivo e que pretende contribuir para alcançar o alvo de equilíbrio nas contas públicas em 2013.
"Este grande e importante plano de ajuste demonstra como todos nós temos interesse em garantir a força e a estabilidade de nossa moeda, e a disciplina de equilíbrio orçamentário é um passo em direção à estabilidade", indicou o vice-chanceler alemão.
O ministro da Economia da Alemanha falou sobre teleconferência desta quarta-feira mesmo, no fechamento dos mercados, entre a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou.
Rösler, quem anunciou que em breve uma delegação de empresários alemães viajará para Grécia para abordar possíveis investimentos no país, afirmou que nessa conversa será dado "um claro sinal ao Governo heleno para que execute as reformas prometidas", começando pelas privatizações.
Estas declarações chegam depois que Durão Barroso comparecesse nesta quarta-feira diante do Parlamento Europeu em Estrasburgo (França) e defendesse os eurobônus, o que foi imediatamente amparado com otimismo nas bolsas de valores europeias.
"Confirmo que apresentaremos em breve uma proposta com as diferentes opções que existem para a introdução dos eurobônus", disse Barroso, ao explicar que alguns dos pontos "ajudam a modificar os tratados", e advertiu que os títulos europeus não serão "a panaceia".
"Os eurobônus não solucionarão os problemas mais urgentes, não farão com que a Grécia deixe de cumprir com suas obrigações nem fará com que o resto da zona do euro deixe de implementar reformas", acrescentou o presidente da Comissão Europeia.
Após seu encontro com o ministro da Economia da Alemanha, o titular de Desenvolvimento Econômico da Itália se pronunciou sobre a informação divulgada nesta terça-feira no jornal do britânico "Financial Times" sobre os contatos do Executivo italiano com as autoridades chinesas para que supostamente comprem sua dívida pública.
Romani afirmou que seu Governo "não conta" com uma compra segura de seus títulos de dívida por parte dos fundos soberanos chineses, pois Pequim decide "com total liberdade".
"China tem muita liquidez. Se investiu em títulos estatais dos Estados Unidos não posso excluir que possa decidir investir em títulos de Estados europeus", afirmou o ministro italiano.