Operação militar na Síria: regime sírio está sob suspeita após ser acusado de um ataque com armas químicas contra população civil que em agosto teria acabado com a vida de quase 1.500 pessoas (George Ourfalian/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2013 às 12h23.
Berlim - O Governo alemão confirmou nesta quarta-feira que entre 2002 e 2006 aprovou o envio à Síria de mais de 130 toneladas de produtos químicos que potencialmente puderam ser utilizados para fabricar armas químicas.
Essa foi a resposta do Executivo alemão com relação a uma consulta do grupo parlamentar da Esquerda, quee acrescentou que os envios foram produzidos durante a última legislatura do chanceler social-democrata Gerhard Schröder (2002-2005), que governava junto com os Verdes, e a primeira de Angela Merkel, uma grande coalizão de democratas-cristãos e social-democratas.
Segundo cálculos do Governo, foram enviados nos anos 2002 e 2003 um total de 40 toneladas de material químico, enquanto no período de 2005-0606 o volume destas partidas cresceu até as 97 toneladas.
Entre os produtos vendidos pela Alemanha à Síria se encontram o fluoruro de hidrogênio, fluoruro de amônia e fluoruro de sódio, assim como cianureto de potássio e de sódio.
Estes produtos são conhecidos como mercadorias de duplo uso, já que podem ser utilizados para fins civis e militares, e sua exportação deve ser aprovada explicitamente pela administração alemã.
Segundo dados do Executivo alemão, o regime sírio solicitou estes produtos por motivos civis, e o Ministério da Economia assegurou em uma nota de imprensa que "em todos os casos foram aprovados para o uso civil dos produtos".
O regime sírio dirigido por Bashar al-Assad está sob suspeita após ser acusado de um ataque com armas químicas contra população civil que em agosto teria acabado com a vida de quase 1.500 pessoas e deixado cinco milferidos, segundo estimativas da opositora Coalizão Nacional Síria, CNFROS.
Este suposto ataque esteve a ponto de desencadear uma intervenção militar contra Damasco liderada pelos Estados Unidos, embora finalmente a crise internacional derivou em um processo com supervisão internacional para que o regime de Assad destrua todo seu armamento químico.