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Alemanha e França aprovam medidas de ajuste do governo espanhol

Medidas incluem um ajuste de 27,3 bilhões de euros com o objetivo de reduzir o déficit público

Schäuble: 'vimos nesta semana uma greve geral, mas esta não recebeu tanto apoio para que o governo espanhol deixasse de tomar as decisões corretas'. (Kai Pfaffenbach-Pool/Getty Images)

Schäuble: 'vimos nesta semana uma greve geral, mas esta não recebeu tanto apoio para que o governo espanhol deixasse de tomar as decisões corretas'. (Kai Pfaffenbach-Pool/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2012 às 14h39.

Copenhague - Alemanha e França deram neste sábado seu sinal verde às medidas espanholas que incluem um ajuste de 27,3 bilhões de euros com o objetivo de reduzir o déficit público de 8,51% para 5,3% em 2012, como exige a União Europeia (UE).

Os ministros de Economia e Finanças da UE concluíram uma reunião de dois dias na capital dinamarquesa na qual ocorreram as primeiras reações às novas contas do governo de Mariano Rajoy, depois do respaldo mostrado na sexta-feira pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu (BCE).

O discurso mais contundente foi do ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que chegou a dizer que 'vimos nesta semana uma greve geral, mas esta não recebeu tanto apoio para que o governo espanhol deixasse de tomar as decisões corretas'.

Schäuble afirmou ainda estar convencido que a Espanha está no caminho correto e comentou que 'confia plenamente' no governo de Rajoy.

Em termos similares se expressou a chanceler alemã, Angela Merkel, ao destacar sua confiança na capacidade da Espanha de reduzir seu déficit fiscal para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 e cumprir todos seus compromissos orçamentários, em declarações ao jornal tcheco 'Lidové Noviny' em Praga.

A França também certificou neste sábado seu apoio aos cortes anunciados pelo Executivo espanhol e negou que a Espanha fosse um problema para a zona do euro.

'Temos confiança no governo espanhol. Há uma verdadeira determinação para cumprir os objetivos, em particular de chegar a 3% de déficit', assegurou o ministro de Finanças francês, François Baroin.

A principal decisão do encontro foi o reforço do fundo europeu de resgate, até 700 bilhões de euros, uma medida solicitada pela Comissão Europeia e pelos países do Grupo dos Vinte (G20, que reúne as nações ricas e as principais emergentes), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Seu objetivo é deixar claro que o bloco europeu tem os meios suficientes para socorrer países de tanto peso econômico como a própria Espanha ou a Itália, que estão há meses na mira dos mercados.

Por isso, os ministros de Finanças da UE enviaram de novo uma mensagem a favor do aumento dos recursos do FMI na reunião de abril para que possa apoiar melhor à zona do euro.

A reunião se centrou, além disso, na iniciativa de Bruxelas para obrigar às entidades financeiras a financiar seus próprios resgates em vez de utilizar fundos públicos para custear a quebra de entidades e a proposta da Comissão Europeia sobre as agências de qualificação.

Os bancos haviam se mostrado até agora muito reticentes em aceitar qualquer proposta neste sentido, mas hoje se mostraram muito mais abertos desde que exista uma supervisão adequada das decisões e que se estabeleça uma série de critérios objetivos. EFE

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