Presidente Lula inaugurou o alcoolduto em Ribeirão Preto (SP) para descentralizar a distribuição do combustível de cana-de-açúcar (Ricardo Stuckert/Presidência da República)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2010 às 19h31.
Além de reduzir de 10% a 50% o custo do transporte do etanol, o alcoolduto lançado hoje em Ribeirão Preto (SP) pode descentralizar a distribuição do combustível de cana-de-açúcar, hoje restrito às distribuidoras, em Paulínia (SP). Segundo o diretor de Abastecimento do Petrobras, Paulo Roberto Costa, "faz todo sentido" que, com a construção de centros coletores e da rede de dutos, o etanol seja retirado em cidades nas quais haverá uma infraestrutura logística. </p>
Costa, no entanto, ressaltou que "o assunto não está sendo discutido e que mudanças no atual sistema têm de ser feitas em discussões junto às distribuidoras e ao órgão regulador, que é a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)".
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, reafirmou que a utilização do duto e o transporte em outros sistemas integrados, como em barcaças pela Hidrovia Tietê-Paraná, reduzirão os custos do combustível. "Ao intensificarmos o uso massivo do transporte, em geral, reduzimos o custo por litro e, em termos de eficiência, aumentamos a margem", avaliou.
Para o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, o traçado do alcoolduto também ajudará na redução dos custos, porque está localizado na principal região produtora de cana e de etanol. "Essa qualidade da infraestrutura logística estimulará os investimentos, além de ampliar a eficiência logística, ecológica e econômica", completou Rosseto.
Os três acompanharam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento, em Ribeirão Preto, do início das obras do alcoolduto. Ainda na cidade paulista a Transpetro e o Estaleiro Rio Tietê assinaram o contrato para a construção de 80 barcaças e 20 empurradores que formarão comboios para o transporte de etanol pela Hidrovia Tietê-Paraná. Um novo estaleiro será construído em Araçatuba (SP).
As barcaças e empurradores custarão US$ 239,1 milhões e começam a ser entregues a partir do último trimestre de 2011. A operação da frota está prevista para 2013, quando novos terminais serão instalados ao longo da hidrovia, até o ponto de coleta, em Anhembi (SP), de onde sairá um duto auxiliar até Paulínia.
Cada comboio será formado de quatro barcaças e de um empurrador, com capacidade para transportar 7,6 milhões de litros. Quando totalmente operacional, o volume anual transportado deverá chegar a 4 bilhões de litros de etanol. "Esse conjunto de projetos assinado hoje é a viabilização e a sustentabilidade do transporte do etanol do País", disse Sergio Machado, presidente da Transpetro.