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Al Qaeda no Iêmen ameaça mais os EUA do que o EI

Segundo um ex-chefe da CIA, o Estado Islâmico é uma ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos, mas não é a maior


	Naser Al-Wahichi, chefe da Al Qaeda no Iêmen: a franquia no Iêmen é um dos braços mais perigosos e ativos da rede terrorista, pois protagonizou as últimas tentativas de ataques contra os EUA
 (AFP)

Naser Al-Wahichi, chefe da Al Qaeda no Iêmen: a franquia no Iêmen é um dos braços mais perigosos e ativos da rede terrorista, pois protagonizou as últimas tentativas de ataques contra os EUA (AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 16h25.

Washington - O ex-número dois da CIA, Michael Morell, afirmou nesta segunda-feira que a franquia da Al Qaeda no Iêmen tem mais capacidade do que o Estado Islâmico (EI) para atentar contra alvos ocidentais, e constitui uma ameaça maior para a segurança dos Estados Unidos.

"O Estado Islâmico é uma ameaça, mas não é a maior ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos. A Al Qaeda no Iêmen é", assinalou Morell, que foi diretor-adjunto da CIA entre 2010 e 2013, e esteve à frente da agência de inteligência durante alguns meses de transição em 2012 e 2013.

Em uma conferência no Clube Nacional de Imprensa em Washington, Morell considerou que a franquia da Al Qaeda no Iêmen, conhecida como Al Qaeda na Península Arábica (AQPA), é um dos braços mais perigosos e ativos da rede terrorista, pois protagonizou as últimas tentativas de ataques contra os EUA.

Ele lembrou do Natal de 2009, quando um cidadão nigeriano tentou detonar explosivos que estavam escondidos em sua roupa íntima durante um voo com destino à cidade americana de Detroit.

Segundo Morell, após Al Qaeda no Iêmen, as maiores ameaças para os Estados Unidos são a Frente al Nusra, uma milícia islamita síria vinculada à Al Qaeda que surgiu em 2012 no calor do conflito sírio, e a Al Qaeda no Paquistão, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001.

As afirmações de Morell, que chegou a ser diretor interino da CIA após a saída de David Petraeus, aparecem em seu novo livro "The Great War of Our Time" ("A grande guerra de nosso tempo"), em que mostra uma visão interna da CIA, onde trabalhou por três décadas.

O ex-número dois da CIA previu que a morte, neste fim de semana na Síria, de Abu Sayyaf, relevante líder do EI, em um ataque de forças especiais dos EUA, terá um forte efeito psicológico nos outros membros do grupo jihadista.

"Abu Sayyaf era um alvo muito significativo. Tinha um papel muito importante para fazer avançar os interesses do Estado Islâmico. Quanto mais pressão é colocada na liderança, mais pressão é exercida na retaguarda", destacou Morell.

Além disso, o ex-agente da CIA considerou muito positiva a captura com vida da esposa do líder jihadista, Umm Sayyaf, pois as forças americanas no Iraque, que atualmente a têm sob custódia, poderão obter informação sobre o funcionamento do EI.

Apesar da queda neste fim de semana da cidade iraquiana de Al Ramadi para o EI, Morell se mostrou otimista com as operações da coalizão internacional no Iraque, porque já conseguiram recuperar 25% do território que havia sido conquistado pelos jihadistas, segundo o ex-espião.

Mas ele se mostrou mais cético com o sucesso das operações de bombardeio aéreo contra o EI na Síria, onde os Estados Unidos estenderam sua campanha ano passado sob a operação "Retorno da Esperança".

"Seria preciso treinar dezenas de milhares de soldados para poder vencer o Estado Islâmico na Síria", argumentou.

O Pentágono defendeu hoje que a ofensiva da coalizão internacional está dando resultados e está obrigando o grupo terrorista a se retirar, enquanto as forças iraquianas, milícias locais e os peshmerga curdos combatem em terra.

O Pentágono reconheceu que o avanço dos jihadistas é um revés para os planos da coalizão, mas garantirão que as Forças Armadas do Iraque retomarão a cidade de Ramadi, para onde já foram deslocados reforços de segurança e milicianos xiitas. EFE

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