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Al Qaeda faz milhões de dólares com sequestros, dizem EUA

Os Estados Unidos estimam que as organizações militantes tenham recebido US$ 120 milhões na última décad


	Ayman al-Zawahiri, um dos líderes da rede Al Qaeda
 (AFP)

Ayman al-Zawahiri, um dos líderes da rede Al Qaeda (AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 15h33.

Berlim - Os militantes islâmicos estão se financiando cada vez mais com sequestros e é provável que o braço da Al Qaeda no norte da África tenha obtido dezenas de milhões de dólares com resgates nos últimos anos, disse uma autoridade do Tesouro norte-americano.

Os Estados Unidos estimam que as organizações militantes tenham recebido 120 milhões de dólares na última década, incluindo os resgates pagos à Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQIM, na sigla em inglês), disse David Cohen, subsecretário do Tesouro para o terrorismo e inteligência financeira.

O sequestro para a obtenção de resgate é uma "ameaça urgente", em especial no Sahel, o cinturão de território abrangendo quase uma dúzia dos países mais pobres do mundo na região ao sul do Saara, disse Cohen a jornalistas em Berlim nesta terça-feira.

"Trata-se do que se tornou talvez a técnica mais desafiadora e de mais rápido crescimento que as organizações terroristas, em particular as afiliadas à Al Qaeda no norte da África e no Iêmen, têm usado para se financiar nos últimos anos." Cohen afirmou que o resgate médio subiu nos últimos anos e está na faixa dos 5 milhões de dólares por pagamento. "Portanto, é uma ameaça crescente e de fato bastante urgente, em especial no norte da África, no Sahel e em Mali em particular, onde a AQIM conseguiu proclamar o domínio sobre um grande território." A AQIM surgiu do conflito civil na Argélia e expandiu-se para o sul até o Saara, tornando-se mais conhecida nos últimos anos com ataques e sequestros de ocidentais.

Os grupos militantes aproveitam-se dos lapsos na segurança na região, enquanto os países fazem a transição de anos de ditadura para governos mais democráticos.

Em uma viagem de uma semana que inclui paradas na Grã-Bretanha, na França, na Alemanha e na Itália, Cohen afirmou que estava conversando com outros governos na esperança de desenvolver uma abordagem unificada para o problema dos sequestros.

Embora o governo norte-americano tenha uma política de não pagar resgates, alguns governos europeus fazem isso.

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