Merah, um francês de 23 anos, era acusado da série de ataques (AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2012 às 07h20.
Paris - A emissora de televisão Al Jazeera estuda a possibilidade de divulgar os vídeos gravados pelo autor dos massacres de Toulouse e Montauban, Mohammed Merah, e pode publicá-los nesta própria terça-feira, assegurou seu diretor na França, Zied Tarrouche.
A decisão será tomada na sede da emissora, no Catar, precisou Tarrouche ao canal de televisão francês BFMTV.
'Sim. É a direção do canal que irá decidir hoje. Há muitas questões por considerar', acrescentou sobre a difusão dos vídeos, que chegaram à sede da Al Jazeera em Paris por pacote postal com carimbos de quarta-feira passada, dia em que Merah foi encurralado em Toulouse.
Tarrouche acrescentou que as autoridades francesas não impedirão a divulgação das imagens: 'O promotor não nos proibirá de fazer nosso ofício de jornalistas'.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, pediu à emissora catariana que não divulgue as imagens, assim como o Conselho Superior do Audiovisual (CSA), instância independente que regula o setor.
O representante da emissora explicou que nos vídeos é possível 'ouvir os disparos e os gritos das vítimas' de Merah, mas não deu mais detalhes de seu conteúdo.
'Tecnicamente, estão bem feitas. As imagens estão montadas e misturadas com música, cantos religiosos e leituras de versos do Corão', acrescentou.
Com uma câmera presa ao corpo, Merah registrou os três massacres que cometeu: o de um soldado em Toulouse no último dia 11; o de outros dois na vizinha Montauban quatro dias mais tarde; e o de três crianças e um docente de um colégio judaico em Toulouse no dia 19.
As imagens foram autenticadas pela Polícia Judicial, e o pacote no qual chegaram à emissora continha um cartão de memória e uma carta.
Os investigadores ainda tentam precisar se foi o próprio terrorista quem enviou o pacote ou se o trabalho foi feito por algum cúmplice.
Segundo a imprensa francesa, há 25 minutos de vídeo, que foi enviado desde uma cidade vizinha de Toulouse acompanhado por uma carta de reivindicação em nome da Al Qaeda.
A carta não corresponde à linguagem habitual empregada pela organização terrorista e não está redigida em árabe.