Mulher pede esmola na capital da Guatemala: países da América Latina e Caribe tiveram maior redução da fome (Johan Ordonez/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2014 às 15h28.
Santiago - A região da América Latina e do Caribe aprovou com a melhor nota mundial o objetivo estabelecido pelas Nações Unidas para a redução da fome, que passou de 15,3% da população em 1990-1992 a 6,1% em 2012-2014, segundo o Fundo para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Em menos de duas décadas, 31,5 milhões de pessoas na região deixaram para trás a fome graças às políticas sociais aplicadas por seus países.
O objetivo agora é fazer com que as 37 milhões de pessoas que em 2012 ainda sofriam de subnutrição superem esta barreira.
Na América Latina e no Caribe "evoluímos para baixo com uma velocidade maior", segundo Raúl Benítez, vice-diretor regional da FAO para a América Latina e o Caribe na apresentação do relatório em Santiago.
As medidas mais destacadas são os programas de café da manhã e alimentação escolar, as ajudas às mães, e o apoio de alguns governos à agricultura familiar, abrindo mais mercados para seus produtos.
A chave do sucesso está no compromisso político: "Não nos conformamos com o crescimento das economias e em acreditar que o crescimento por si só soluciona o problema da pobreza", disse Benítez.
Em toda a região existem políticas sociais muito ativas, segundo a FAO, que têm por objetivo reduzir as desigualdades.
No entanto, a cara da fome na região continua sendo majoritariamente a de uma mulher rural e indígena.
Entre os 37 milhões que ainda sofrem fome na América Latina, a maioria se concentra nas zonas rurais, onde mais da metade da população está abaixo da linha da pobreza e 30% abaixo da linha de indigência.
Além disso, há grandes diferenças de gênero. "As mulheres, no mesmo trabalho que os homens, têm uma remuneração menor", afirmou Benítez. Embora os índices de pobreza tenham diminuído na região, a proporção de mulheres pobres é maior.
As populações indígenas também são especialmente afetadas. Em alguns países a insegurança alimentar afeta até seis vezes mais os indígenas.