Após o acidente em Fukushima, a AIEA quer que as usinas estejam preparadas para tsunamis (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2011 às 13h49.
Viena - O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, defendeu nesta segunda-feira que o mundo "aprenda as lições" do acidente nuclear de Fukushima (Japão) e endureça as normas de segurança das usinas nucleares.
"Em alguns âmbitos, certamente as normas devem ser endurecidas, mas em que âmbito e como (fazê-lo) requer mais análise", disse Amano a jornalistas em Viena após uma reunião extraordinária do Conselho de Governadores da AIEA.
O diplomata japonês lembrou que a usina de Fukushima foi afetada por um "enorme tsunami" e destacou que, a esse respeito, será preciso estudar se as regras atuais "são suficientes ou não".
Em todo caso, reconheceu que será "difícil" fazer com que os Estados-membros da AIEA aceitem que essas medidas sejam obrigatórias.
"Há pontos de vista diferentes", comentou Amano ao se referir às posturas dos diferentes países.
Apesar disso, insistiu que é preciso lançar um "novo olhar às normas de segurança, uma vez que o acidente passe", um processo de revisão que, disse, não pode demorar demais.
Amano insistiu que a prioridade agora é "superar" a crise do ponto de vista técnico e recuperar o controle sobre a usina nuclear de Fukushima, gravemente danificada pelo terremoto de 9 graus Richter e posterior tsunami de 11 de março.
Nesse sentido, Amano assegurou que a situação na usina está melhorando, embora continue sendo grave.
"A situação é muito grave, esta análise não muda, mas há sinais de melhora", disse o responsável máximo da AIEA.
Amano destacou o recente restabelecimento de energia elétrica na maior parte da central.
O diretor-geral mencionou ainda que foi reduzida a pressão no recipiente do reator nas unidades 3 e 4 (das 6 existentes em Fukushima), enquanto nas unidades 5 e 6 foi restabelecida a refrigeração.