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AIEA lamenta decisão iraniana de vetar inspetores

Teerã considerou que relatórios da agência estão sendo politizado e deixando de ser equilibrados

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Yukiya Amano (Getty Images)

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Yukiya Amano (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2010 às 09h27.

Viena - O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, pediu hoje ao Irã para cooperar mais na investigação internacional de seu programa nuclear e criticou o recente veto iraniano a dois de seus inspetores.

"O Irã não oferece a cooperação necessária para poder confirmar que todos os materiais nucleares no país tenham um uso pacífico", disse Amano na abertura da reunião de outono do Conselho de Governadores da agência da ONU.

O diretor-geral lamentou a recente decisão de Teerã de vetar o trabalho de dois inspetores que tinham realizado inspeções no Irã no passado, e expressou sua plena confiança em seu profissionalismo e imparcialidade, posta em dúvida pela República Islâmica.

"As repetidas objeções do Irã sobre a designação de inspetores com experiência no ciclo de combustível nuclear dificultam o processo de inspeção", assegurou Amano.

O embaixador iraniano para a AIEA, Ali Asghar Soltanieh, rejeitou essas acusações perante a imprensa e disse que o último relatório técnico de Amano sobre o Irã está "politizado" e "não é equilibrado", o que "põe em perigo a credibilidade do organismo".

O diplomata iraniano destacou que a AIEA conta com um grupo de 150 especialistas que podem realizar inspeções em seu país.


Soltanieh lembrou que, segundo o acordo de salvaguardas (controles) com a AIEA, o Irã tem o direito de vetar qualquer inspetor sem dar explicação alguma a respeito e qualificou o assunto de "ridículo".

O Conselho de Governadores da AIEA está reunido esta semana para analisar, entre outros assuntos, os avanços nas inspeções nucleares no Irã.

Estados Unidos e aliados acusam o Irã de estar trabalhando em um programa nuclear com fins bélicos, algo que Teerã rejeita, alegando que seu programa atômico só satisfaz necessidades médicas.

A AIEA inspeciona há sete anos as atividades nucleares da República Islâmica, sem poder dar à comunidade internacional garantias sobre as intenções pacíficas do Irã.

O Conselho de Segurança da ONU já adotou quatro rodadas de sanções diplomáticas, comerciais e nucleares contra o Irã para forçar mais cooperação do Governo em Teerã.

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