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AIEA desistiu de relatório delicado sobre o Irã

Relatório foi arquivado quando as relações entre Teerã e o resto do mundo começaram a melhorar


	Bandeira do Irã em frente a míssil: relatório, que seria preparado no ano passado, quase certamente teria irritado o Irã e complicado os esforços para a solução da disputa envolvendo o programa nuclear iraniano
 (Getty Images)

Bandeira do Irã em frente a míssil: relatório, que seria preparado no ano passado, quase certamente teria irritado o Irã e complicado os esforços para a solução da disputa envolvendo o programa nuclear iraniano (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 09h26.

Viena/Nações Unidas - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) planejava divulgar um relatório que revelaria mais atividades suspeitas por parte do Irã, mas o arquivou quando as relações entre Teerã e o resto do mundo começaram a melhorar, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

Esse relatório, que seria preparado no ano passado, quase certamente teria irritado o Irã e complicado os esforços para a solução da disputa envolvendo o programa nuclear iraniano, uma negociação que se acelerou depois da posse do moderado Hassan Rouhani como presidente do Irã, em agosto.

Os EUA e seus aliados acreditam que o Irã tentou ou ainda tenta desenvolver armas nucleares, algo que a República Islâmica nega, insistindo no caráter pacífico das suas atividades.

Segundo as fontes, a AIEA aparentemente desistiu de lançar um novo relatório sobre as atividades iranianas, ao menos por enquanto.

Não houve comentários imediatos da AIEA. As pessoas ouvidas pela Reuters disseram que não há forma de saber quais informações a agência coletou desde o seu importante relatório de 2011, mas uma das fontes disse que provavelmente o texto intensificaria as preocupações a respeito das atividades iranianas.

Com uma rápida melhora nas relações, o Irã selou em novembro um acordo nuclear preliminar com seis potências, sem precisar destruir suas instalações de enriquecimento de urânio, processo que pode resultar em combustível para usinas nucleares ou em matéria-prima para bombas atômicas.


Uma fonte disse que provavelmente só Israel, maior inimigo de Israel e provavelmente a única potência nuclear do Oriente Médio, criticaria a AIEA por não divulgar o relatório nas atuais circunstâncias. O Irã e as potências mundiais esperam chegar a um acordo final até junho, quando o acordo preliminar expira, embora admitam que ainda haja dificuldades.

As fontes, que pediram anonimato, disseram que entre as informações a serem incluídas no relatório que não existiu constavam "informações atualizadas adicionais sobre as PDM (‘possíveis dimensões militares')" do programa nuclear iraniano, as quais poderiam "reforçar a preocupação" com as atividades da República Islâmica, segundo uma das fontes.

O dossiê de 2011 da AIEA reunia várias informações indicando que no passado o Irã realizou atividades que poderiam ser usadas no desenvolvimento de armas atômicas, e que parte delas ainda poderia estar em andamento. O Irã rejeitou as acusações.

O relatório contribuiu para que potências ocidentais intensificassem as sanções ao Irã, incluindo um embargo petrolífero da União Europeia em 2012, o que mostra as repercussões práticas que um relatório da AIEA pode acarretar.

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