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AIEA critica Irã por continuar obras em complexo militar

Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o Irã está cumprindo as limitações estipuladas com a comunidade internacional acordadas em julho


	Prédio do reator de uma usina nuclear no sul do Irã: para poder fechar o histórico acordo nuclear, pactuado com as seis grandes potências em 14 de julho em Viena, o Irã e a AIEA assinaram um "roteiro" para esclarecer as possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano
 (Majid Asgaripour/AFP)

Prédio do reator de uma usina nuclear no sul do Irã: para poder fechar o histórico acordo nuclear, pactuado com as seis grandes potências em 14 de julho em Viena, o Irã e a AIEA assinaram um "roteiro" para esclarecer as possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano (Majid Asgaripour/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2015 às 11h54.

Viena - A AIEA criticou o Irã por continuar com obras no controvertido complexo militar de Parchin, onde os inspetores nucleares da ONU suspeitam que tenham realizado experimentos não declarados no passado.

Em um relatório reservado, ao que a Agência Efe teve acesso nesta quinta-feira em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o Irã está cumprindo as limitações estipuladas com a comunidade internacional acordadas em julho entre o país e o G5+1.

No entanto, os inspetores assinalam que observaram em imagens de satélite a presença de veículos, equipes e provavelmente material de construção em Parchin, uma base militar que exigem há anos ter acesso.

Visitar Parchin se tornou o assunto mais espinhoso da inspeção da AIEA na República Islâmica.

O relatório destacou que as atividades de construção nessa base militar "provavelmente acabaram com a possibilidade de a AIEA de realizar uma verificação efetiva".

Para poder fechar o histórico acordo nuclear, pactuado com as seis grandes potências em 14 de julho em Viena, o Irã e a AIEA assinaram um "roteiro" para esclarecer as possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano.

Essas suspeitas, em que Parchin tem um papel central, foram apresentadas pela AIEA em novembro de 2011 e se baseiam em informaçôes de diferentes agências de inteligência que o organismo considera "críveis".

Daqui até a 15 de dezembro, a AIEA se comprometeu com o Irã e a comunidade internacional a emitir uma análise final sobre as possíveis dimensões militares, que os iranianos consideram uma "fabricação sem fundamento".

Os críticos do tratado nuclear de Viena - como os republicanos nos EUA e Israel - dizem que a AIEA não conseguiu garantir inspeções físicas em Parchin.

Os responsáveis da agência nuclear da ONU não confirmaram nem desmentiram essa alegação, dizendo que assinaram um acordo confidencial com o Irã a respeito, assim como é feito também com outros países que a AIEA inspeciona.

Por outro lado, o relatório da AIEA detalhou que o Irã continua a cumprir todas as limitações estipuladas em seu programa de enriquecimento de urânio, de pesquisa e de desenvolvimento atômico.

O tratado definitivo contém limitações mais amplas que as atuais, que deverão ser aplicadas por um período de entre 10 e 25 anos, sempre sob o controle e a verificação da AIEA.

Em troca, a comunidade internacional levantará as sanções impostas contra o Irã assim que o tratado entrar em vigor.

Além disso, a AIEA deverá emitir até dezembro seu veredicto sobre o cumprimento das limitações iniciais e o relatório sobre as passadas e duvidosas atividades do Irã.

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