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AIE vê maior oferta de petróleo fora da OPEP desde anos 70

Produtores incrementarão a produção em 2014 por quase o recorde de 1,7 milhão de barris diários, totalizando 56,4 milhões


	Plataforma: agência reduziu perspectiva de crescimento da demanda global de petróleo para 2014
 (Eddie Seal/Bloomberg)

Plataforma: agência reduziu perspectiva de crescimento da demanda global de petróleo para 2014 (Eddie Seal/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 23h24.

Londres - A Agência Internacional de Energia estima que os produtores petrolíferos que não são membros da OPEP, liderados pelos EUA, pelo Canadá e pelo Cazaquistão, realizem no próximo ano o maior aumento da oferta desde a década de 1970, reduzindo a necessidade do petróleo bruto da OPEP.

Os produtores fora da Organização de Países Exportadores de Petróleo incrementarão a produção em 2014 por quase o recorde de 1,7 milhão de barris diários, totalizando 56,4 milhões, informou a AIE, elevando suas previsões do mês passado de 300 mil barris diários. A perda de reservas na Líbia e no Iraque, membros da OPEP, deixou a produção da organização no patamar mais baixo em dois anos e está impedindo que novos envios baixem o preço do petróleo, informou a agência para países consumidores de energia sediada em Paris.

“A oferta de petróleo bruto e outros líquidos de países fora da OPEP tem alcançado níveis inéditos recentemente” e tal “aumento parece menos casual do que uma antecipação do futuro”, informou a AIE, hoje, em seu relatório mensal. “Contudo, em meio a interrupções inesperadas na Líbia e no Iraque, essa oferta não fez muito para acalmar os mercados petrolíferos. As perdas da OPEP cancelam parcialmente os ganhos na América do Norte, o que deixou os preços do petróleo bruto bem respaldados”.

O petróleo bruto Brent operava, hoje, em cerca de US$ 111 por barril em Londres, com poucas alterações neste ano, devido a que as interrupções do fornecimento no norte da África e as tensões no Oriente Médio são equilibradas pelos sinais de desaquecimento da expansão nas economias emergentes e no impasse fiscal nos EUA. O petróleo bruto das formações de xisto no Texas e em Dakota do Norte está ajudando o maior consumidor de petróleo do mundo a atingir seu patamar mais alto de independência energética em mais de duas décadas.


Alteração de preços

“Os preços caíram depois da publicação da previsão mensal da AIE”, disse Hannes Loacker, analista no Raiffeisen Bank International AG, em Viena. “Caso a análise da AIE sobre a oferta esteja correta, há um risco real de que os preços do Brent fiquem abaixo de US$ 100 por barril durante 2014”.

O incremento da produção fora da OPEP levou a agência a cortar as estimativas da quantidade de petróleo bruto que a OPEP deverá fornecer no ano próximo, mesmo com um aumento na demanda mundial. Os 12 membros da organização terão que fornecer uma média diária de 29 milhões de barris em 2014, aproximadamente 100 mil a menos do que a AIE tinha previsto no mês passado e quase 1 milhão a menos por dia da atual produção do grupo.

A produção da OPEP recuou 645 mil barris diários em setembro, totalizando menos de 30 milhões de barris por dia pela primeira vez em quase dois anos, devido a conflitos trabalhistas que afetaram a capacidade exportadora da Líbia e a manutenção realizada pelo Iraque no seu terminal petrolífero no sul do país, afirmou a agência. A Arábia Saudita, o maior membro e líder de fato da OPEP, manteve a produção acima de dez milhões de barris diários pelo terceiro mês consecutivo, conforme o relatório.

Demanda global

A agência reduziu sua perspectiva de crescimento da demanda global de petróleo para 2014. O consumo mundial de combustível aumentará em 1,1 milhão de barris ou 1,2 por cento, para 92 milhões de barris por dia em 2014, segundo o relatório. A expansão da demanda é de aproximadamente 100 mil barris diários a menos que o previsto pela AIE no mês passado.

No ano que vem, os EUA incrementarão a produção em 830 mil barris por dia, ou 8,1 por cento, totalizando 11 milhões diários, graças ao crescimento dos depósitos de Eagle Ford e Bakken. O Cazaquistão realizou a maior contribuição para a reavaliação das reservas em 2014 pela AIE, já que o início das atividades do campo de Kashagan acrescentou 140 mil barris diários.

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