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AI pede que Egito liberte jornalistas da Al Jazeera

Anistia Internacional pediu ao Egito libertação imediata e incondicional de três jornalistas do canal catariano Al Jazeera


	Repórter do canal de TV da Al Jazeera: jornalistas são acusados de divulgar notícias "falsas" para servir aos interesses da Irmandade Muçulmana
 (Gareth Copley/Getty Images)

Repórter do canal de TV da Al Jazeera: jornalistas são acusados de divulgar notícias "falsas" para servir aos interesses da Irmandade Muçulmana (Gareth Copley/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 08h33.

Sidney - A Anistia Internacional (AI) pediu ao Egito nesta quinta-feira a "libertação imediata e incondicional" de três jornalistas do canal catariano "Al Jazeera", entre eles o australiano Peter Greste, acusados de divulgar notícias "falsas" para servir aos interesses da Irmandade Muçulmana.

A Anistia Internacional considera que os três jornalistas são "prisioneiros de consciência e foram detidos unicamente pelo exercício pacífico de seu direito à liberdade de expressão", segundo um comunicado de imprensa divulgado por sua filial na Austrália.

Greste foi detido no dia 29 de dezembro, junto com o egípcio de cidadania canadense Mohammed Fahmy e o egípcio Baher Mohammed, por supostamente divulgar, sob as ordens da "Al Jazeera", notícias falsas sobre o Egito para apresentá-lo como um país em guerra civil, servindo aos interesses da Irmandade Muçulmana.

Ontem, a Procuradoria Geral do Egito ordenou que um tribunal penal julgue 20 jornalistas, entre eles Greste, indiciados pela divulgação de notícias "falsas" sobre o país e por incitação contra o povo egípcio, entre outras acusações.

A família do jornalista australiano, de 48 anos, disse que as últimas quatro semanas foram as "mais difíceis de suas vidas" já que temem que Greste fique detido por dois anos sem passar por um tribunal de justiça e qualificaram a prisão de "vergonhosa e abusiva".

"Nossa liberdade e mais importante a liberdade de imprensa aqui (no Egito) não será concretizada sem a pressão forte e sustentada dos grupos de defesa dos direitos humanos e da sociedade civil, dos indivíduos e dos governos", garantiu Peter Greste em uma carta divulgada no domingo.


A Procuradoria Geral informou que os correspondentes estrangeiros detidos serão processados por "criar e financiar uma rede de informação composta de 20 pessoas, entre egípcios e estrangeiros, para esses fins".

A promotoria considerou que os outros 16 jornalistas egípcios pertencem a um "grupo terrorista" - em referência indireta à Irmandade Muçulmana - que pretende "violar as leis, impedir o funcionamento das instituições, atentar contra as liberdades individuais, prejudicar a união nacional e a paz social, e adotar o terrorismo como meio para conseguir seus objetivos".

A AI alertou que se forem declarados culpados pelas autoridades egípcias, os jornalistas podem enfrentar penas que podem variar de três anos até a prisão perpétua.

"A decisão ontem do procurador-geral (Hisham Barakat) de ordenar que vários jornalistas sejam julgados por acusações relacionadas com supostas atividades terroristas representa um duro golpe contra a liberdade de imprensa", disse o secretário-geral da AI, Salil Shetty no comunicado.

Shetty expressou seu medo de que as acusações contra os jornalistas sejam uma tentativa de punir a linha editorial da "Al Jazeera" e lembrou que com a proximidade das eleições é essencial que se exerça a liberdade de imprensa.

O governo da Austrália expressou "diretamente" sua preocupação pela situação de Greste ao Executivo egípcio e afirmou que fornecerá assistência consular ao jornalista e sua família, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores australiano à emissora de TV "ABC". 

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