A ideia da viagem é vir agradecer pessoalmente à presidente Dilma Rousseff o apoio ao direito do Irã de desenvolver o programa nuclear desde que com fins pacíficos (Atta Kenare/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2012 às 10h50.
Brasília - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, prepara para os próximos dois meses sua segunda visita ao Brasil. A data precisa ainda é mantida em sigilo. Mas a ideia, segundo assessores, é vir a Brasília agradecer pessoalmente à presidente Dilma Rousseff o apoio prestado por ela ao direito do Irã de desenvolver o programa nuclear desde que seja com fins pacíficos. As afirmações de Dilma ocorreram durante reuniões na Índia do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Ahmadinejad pretende aproveitar a viagem à América Latina para visitar também a Venezuela, o Equador, a Nicarágua e Cuba, governos os quais o Irã mantém relação política e diplomática próxima. Em janeiro deste ano, pouco antes de retornar a Teerã, o embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, confirmou que Ahmadinejad planejava ir ao Brasil.
O Irã retomou no sábado (14) as negociações com o chamado grupo 5 +1 (Estados Unidos, China, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha), em Istambul, na Turquia, sobre o programa nuclear iraniano. A nova rodada de conversas ocorrerá no dia 23 de maio, em Bagdá, no Iraque.
O programa nuclear iraniano é alvo de críticas da comunidade internacional, que desconfia da existência de pesquisas para fins nucleares e militares. As suspeitas são negadas por Ahmadinejad e assessores. Mas a desconfiança gerou uma série de sanções econômicas, comerciais, financeiras e militares ao Irã. O governo do Brasil foi contrário às medidas, defendendo a busca por uma negociação pacífica.
Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Ahmadinejad esteve no Brasil, em 2009, e as autoridades brasileiras mediaram a tentativa de um acordo para encerrar o impasse entre o Irã e a comunidade internacional. Lula também foi ao Irã, em 2010. No mês passado, Dilma reiterou o direito de os países desenvolverem seus programas nucleares desde que para fins pacíficos.