Ahmadinejad, presidente do Irã: "Nós não precisamos ser terroristas. Os EUA divulgam a cada dia novas alegações contra nós" (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2011 às 20h06.
Cairo - O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad negou categoricamente nesta segunda-feira que o Irã esteja relacionado com um suposto complô terrorista desmantelado nos Estados Unidos contra o embaixador da Arábia Saudita, Adel al Jubeir, e afirmou que Washington "não conseguirá nada" com estas acusações.
Em entrevista concedida ao canal catariano "Al Jazeera", Ahmadinejad argumentou que a Administração americana pretende apenas criar discórdia entre o Irã e a Arábia Saudita.
"Se após 32 anos de revolução, os americanos querem que o Xá volte ao Irã, não vão conseguir", destacou o líder iraniano, insistindo que "defenderá seus recursos com lógica e não com terrorismo".
"Nós não precisamos ser terroristas. Os EUA divulgam a cada dia novas alegações contra nós", acrescentou Ahmadinejad, que acusou a Casa Branca de intervir no Iraque com desculpas similares, como a suposta presença de armas de destruição em massa.
No domingo, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, já havia negado as acusações e advertiu que seu país "reagirá com firmeza perante qualquer medida que ameace sua situação política ou de segurança".
Irã e Estados Unidos romperam suas relações diplomáticas em 1979, após o triunfo da revolução popular que derrubou o último Xá da Pérsia, Mohamad Reza Pahlevi, e possibilitou a instauração da atual República Islâmica.
Ahmadinejad frisou, além disso, sua tese que o Conselho de Segurança das Nações Unidas está "dominado" pelos EUA e criticou que a Assembleia Geral não tenha poder suficiente no seio da organização, a qual qualificou como "antidemocrática".
Após denunciar o suposto complô terrorista, os EUA impuseram esta semana mais sanções a membros da Guarda Revolucionária, corpo de elite e bastião ideológico do regime teocrático iraniano, e a uma companhia aérea privada local acusada de oferecer-lhes apoio.
Washington também advertiu que promoverá um maior isolamento do regime iraniano, já submetido a sanções internacionais pela ONU, além de EUA e União Europeia, devido às suspeitas bélicas levantadas por seu programa nuclear e às violações dos direitos humanos.