À margem da Cúpula, e apesar das diferenças em relação à Síria, Ahmadinejad se reuniu com Mursi (Presidência do Irã/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2012 às 19h54.
Teerã - O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, encerrou nesta sexta-feira a 16ª Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados (MPNA) em Teerã, em que o conflito da Síria e a questão nuclear iraniana foram os assuntos mais polêmicos das reuniões.
No final do encontro, encerrado com quase seis horas de atraso além do previsto, Ahmadinejad anunciou oficialmente, após o consentimento dos reunidos, que a próxima Cúpula acontecerá em 2015 na Venezuela, por isso felicitou o presidente desse país, Hugo Chávez.
O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, agradeceu o anúncio de Ahmadinejad após afirmar que esperam os convidados em 2015 na Venezuela, 'na Cúpula que será presidida por Hugo Chávez', dando como certa a reeleição do atual governante no pleito presidencial no próximo dia 7 de outubro.
A Cúpula aprovou o Documento Final, um amplo texto com quase 700 artigos, no qual se destacam a exigência de um Estado palestino com fronteiras seguras e o desarmamento nuclear global.
Além disso, os 120 países em desenvolvimento do grupo reivindicam a reforma da ONU. Todos os Não Alinhados estão de acordo que a organização precisa ser mais democrática e que permita a defesa dos direitos dos Estados mais 'fracos'.
O conflito da Síria foi o principal motivo de polêmica da Cúpula, onde o apoio do Irã ao regime de Damasco foi confrontado por países como Catar, Arábia Saudita e Egito. O presidente egípcio, Mohammed Mursi, afirmou que o presidente sírio, Bashar al Assad, perdeu a legitimidade.
Na sessão de abertura da cúpula, na qual o Egito entregou a Presidência dos Não Alinhados ao Irã para os três próximos anos, Mursi, o primeiro presidente egípcio a visitar Teerã em décadas, pediu à oposição síria que se una contra o regime opressivo de Assad.
Hoje, antes de deixar o Irã, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que participou da Cúpula apesar das críticas dos EUA e de Israel, solicitou a 'todas as partes que acabem com qualquer forma de violência' na Síria e pediu que o governo de Damasco suspenda o uso de armas pesadas.
À margem da Cúpula, e apesar das diferenças em relação à Síria, Ahmadinejad se reuniu com Mursi visando um restabelecimento das relações diplomáticas entre os países, rompidas desde a Revolução Islâmica em 1979.