Ahmadinejad acusou Israel, EUA e Reino Unido de atentarem contra cientistas iranianos (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 08h32.
Teerã - O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, advertiu que o Irã levará os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU à Justiça caso os atentados contra cientistas ligados ao polêmico programa nuclear de seu país se repitam.
O líder fez a advertência nesta terça-feira à noite, depois que, na última segunda-feira, dois atentados foram perpetrados em Teerã causando a morte de um cientista nuclear e deixando um especialista em energia atômica que colabora com o Ministério da Defesa iraniano ferido.
O regime xiita responsabilizou os serviços secretos de Israel (Mossad), dos Estados Unidos (CIA) e do Reino Unido (MI6) pela ação criminosa.
"Por Deus, se esse tipo de incidente se repetir mais uma vez, levaremos cada membro permanente do Conselho de Segurança à Justiça", afirmou o líder, citado pela agência de notícias estatal "Irna".
"Eles acham que acabando com nossos cientistas nucleares poderão deter o avanço de nossa nação rumo ao progresso. Se equivocaram", afirmou.
Fereydun Absi, o cientista que ficou ferido, é mencionado na resolução 1747 da ONU, emitida em junho, que impõe sanções ao Irã e a indivíduos do país pelas suspeitas de que o programa nuclear civil tenha também caráter bélico.
O Irã acredita que pelo fato de o nome de Absi estar presente na lista, esta seria uma prova contra o Ocidente.
"Responsabilizamos pelos crimes aqueles que impuseram as sanções, porque em uma resolução mencionavam os nomes de nossos cientistas como sujeitos a sanções. É óbvio que a ONU está em conluio com os sionistas (Israel)", acrescentou Ahmadinejad.
O Irã e a União Europeia, na qualidade de porta-voz do 5+1, confirmaram na terça-feira que o diálogo será retomado no dia 6 de dezembro em Genebra.
"É assim como querem retomar as negociações? Sua conduta demonstra que a aproximação não é amistosa", concluiu Ahmadinejad, que insistiu que seu país não cederá no que considera seu "direito inalienável" e não negociará, sob nenhum conceito, o fim do enriquecimento de urânio.