Protesto na Grécia: os policiais, que bloquearam a rua, responderam com gás lacrimogênio e prenderam quatro pessoas (Alkis Konstantinidis / Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 16h32.
Agricultores gregos entraram em confronto com a polícia, que reagiu com bombas de gás lacrimogênio, nesta sexta-feira, durante uma grande manifestação em Atenas contra as reformas das pensões exigidas pela UE e pelo Fundo Monetário Internacional.
Cerca de dois mil agricultores da ilha de Creta - a maioria carregando seus característicos cajados de madeira - se reuniram em frente ao Ministério da Agricultura depois de chegarem em embarcações.
Eles começaram atirando tomates e outros objetos contra a tropa de choque da polícia, quebrando janelas do ministério e, em seguida, incendiando latas de lixo.
Os policiais, que bloquearam a rua, responderam com gás lacrimogênio e prenderam quatro pessoas.
"O primeiro andar do edifício foi danificado. É uma sorte que ninguém da equipe tenha se ferido", disse mais tarde a jornalistas o ministro da Agricultura, Evangelos Apostolou.
O dirigente pediu aos líderes que contivessem os elementos "extremos" em seu meio, enquanto funcionários disseram que militantes de extrema-direita se juntaram ao protesto.
O ministro adjunto da Defesa Civil, Nikos Toskas, disse que 10 oficiais da polícia foram feridos, dois deles precisando ser hospitalizados.
A polícia também lançou gás lacrimogênio depois de um manifestante encapuzado quebrar o para-brisas de uma viatura.
Outro grande grupo do norte planeja acampar, até domingo, na Praça Sintagma, uma das principais de Atenas e onde está situado o parlamento.
Estes agricultores estão insatisfeitos com os planos governamentais de aumentar as suas contribuições para a segurança social como parte de uma reforma mais ampla do sistema de pensões em dificuldades do país. Eles também rejeitam planos de dobrar seu imposto de renda em 2017 e sucatar benefícios, tais como combustível mais barato.
Desde meados de janeiro, eles usam seus tratores para bloquear dezenas de estradas e, no início deste mês, começaram a obstruir a passagem em fronteiras com a Bulgária e Turquia.