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Agricultores argentinos fazem 'tratoraço' contra americana Cargill

Maior exportadora agroindustrial do país é acusada de pagar valores muito baixos pela tonelada de trigo

Campo de trigo: segundo sindicatos, Cargill paga US$ 55 a menos pela tonelada (Faísca/Wikimedia Commons)

Campo de trigo: segundo sindicatos, Cargill paga US$ 55 a menos pela tonelada (Faísca/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 15h33.

Buenos Aires - Agricultores argentinos em paralisação comercial de soja e cereais por um preço melhor para o trigo protestaram nesta sexta-feira com seus tratores em frente à sede da companhia de cereais americana Cargill, na cidade de Rosário, à qual acusam de prejudicar os pequenos produtores.

O chamado 'tratoraço' se realiza no quinto dia da paralisação comercial em todo o país, convocada por quatro entidades patronais agropecuárias que reivindicam um "preço justo" pelo trigo e que sejam totalmente liberadas as cotas de exportação do cereal, do qual a Argentina é o quarto vendedor mundial.

No protesto desta sexta-feira, do qual participaram 300 pessoas, inclusive 30 produtores com seus tratores, a Cargill, maior exportadora agroindustrial da Argentina, foi acusada de pagar aos produtores um valor muito inferior ao do mercado pela tonelada de trigo.

"Assim como o resto das multinacionais, a Cargill paga aos agricultores 220 pesos (55 dólares) a menos pela tonelada de trigo", disse por telefone à AFP Cristian Roca, titular sindical da Federação Agrária Argentina (FAA), que organizou o protesto.

A manifestação foi realizada em frente a um amplo complexo portuário da Cargill às margens do rio Paraná, perto da cidade de Rosário (310 km ao norte de Buenos Aires), onde se situa o maior centro de embarque de grãos da Argentina.

A FFA destacou que 30.000 pequenos produtores deveriam vender a tonelada de trigo a 900 pesos (225 dólares), mas que os grandes moinhos de farinha e os exportadores a compram a 650 ou 700 pesos (US$ 175).

A paralisação, a nona do setor durante o governo de Cristina Kirchner, se realiza até domingo, também demanda a supressão total das cotas de exportação do trigo, que foram elevadas recentemente a sete milhões de toneladas, a metade do total da colheita prevista para 2011, uma das mais altas dos últimos anos.

Mais de 90% da produção da Cargill da Argentina é destinada à exportação e seus principais mercados são China, Espanha, Peru, Egito, Brasil, Holanda, Índia, Coreia do Sul, Malásia e China, segundo a página da empresa na internet.

A Argentina, uma das potências em produção de alimentos, é o terceiro exportador mundial de soja, o segundo de milho e o quarto de trigo.

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