Metrô de Londres: a agressão ocorreu na estação de metrô de Leytonstone, no leste de Londres, na linha central que cruza a capital de leste a oeste (Neil Hall / Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 15h53.
O homem que feriu duas pessoas com uma faca no sábado no metrô de Londres tinha em seu telefone imagens da organização Estado Islâmico e dos atentados de Paris, informou a promotoria nesta segunda-feira.
Os investigadores também encontraram imagens de um recente exercício da polícia britânica no telefone de Muhaydin Mire, de 29 anos, que nesta segunda-feira compareceu perante um juiz de Londres acusado de tentativa de assassinato.
Foi durante esta audiência preliminar que a promotoria informou sobre a existência destas imagens no celular do acusado.
Vestido com uma camiseta cinza e uma calça esportiva, o acusado limitou-se a confirmar sua identidade, data de nascimento e endereço. Mire seguirá detido e na sexta-feira comparecerá novamente, desta vez ante a Corte criminal central, onde são julgados os grandes crimes.
Quase 48 horas após os incidentes, os investigadores do comando antiterrorista (CTC) seguiam tentando verificar se o suspeito, Muhaydin Mire, de 29 anos, agiu sozinho para cometer o que classificaram de "ato de terrorismo", e vasculharam uma casa do leste de Londres.
A agressão ocorreu na estação de metrô de Leytonstone, no leste de Londres, na linha central que cruza a capital de leste a oeste.
Duas pessoas ficaram feridas no ataque lançado ao grito de "Isto é pela Síria", segundo testemunhas citadas pela imprensa britânica, uma atitude que a polícia não quis confirmar.
O homem foi imobilizado com pistolas elétricas pela polícia, ao mesmo tempo em que uma testemunha dizia a ele "Você não é muçulmano, irmão", segundo um vídeo gravado com um telefone celular que os meios de comunicação divulgam desde sábado, e que deu lugar à hashtag "#YouAintNoMuslimBruv", a mais utilizada no domingo no Reino Unido no Twitter.
O primeiro-ministro David Cameron agradeceu nesta segunda esta testemunha por suas declarações. "Obrigado, este ato será aplaudido em todo o país", declarou, chamando o ataque de "espantoso".
O incidente foi registrado apenas três dias após o Parlamento britânico autorizar o exército a bombardear posições do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria.
Também ocorreu menos de um mês após os atentados de Paris, reivindicados pelo EI, que deixaram 130 mortos, e três dias depois de um ataque nos Estados Unidos, classificado de ato terrorista pelo presidente Barack Obama, no qual 14 pessoas perderam a vida.
Se o seu caráter terrorista for confirmado, o ataque pode ser obra de um destes indivíduos que a polícia e os especialistas classificam de "lobos solitários". As autoridades expressaram em várias ocasiões sua crescente preocupação pela possibilidade de que agressões como esta se disseminem.
Além disso, seria o primeiro atentado no Reino Unido desde maio de 2013, quando um soldado britânico foi esfaqueado e praticamente decapitado em plena luz do dia em uma rua do sul de Londres. Os agressores se apresentaram como "soldados de Alá em guerra contra a Grã-Bretanha".
O agressor, que desembarcou nesta estação, já tinha um comportamento agressivo no metrô, disse à AFP Christina, uma dona de casa que preferiu não divulgar seu sobrenome.
A polícia pediu a todas as pessoas que presenciaram ou filmaram o ocorrido que entrem em contato com as autoridades.
O Reino Unido elevou em agosto de 2014 o nível de ameaça terrorista a severo, o segundo mais alto dos cinco níveis, o que significa que um atentado é altamente provável.