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Agora João XXIII e João Paulo II são considerados santos

Papa Francisco afirmou que os dois papas canonizados foram corajosos e viveram os desafios do século XX


	Bispos reunidos: presença massiva na cerimônia de canonização dos dois papas
 (REUTERS/Stefano Rellandini)

Bispos reunidos: presença massiva na cerimônia de canonização dos dois papas (REUTERS/Stefano Rellandini)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2014 às 08h16.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco proclamou santos os papas João Paulo II e João XXIII, em uma cerimônia solene realizada neste domingo (27), na Praça São Pedro, no Vaticano.

O Pontífice leu o texto oficial para proclamar santos o italiano Angelo Roncalli e o polonês Karol Wojtyla, diante de milhares de pessoas que compareceram ao Vaticano para acompanhar a missa.

 “Em honra à Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e pelo incremento da vida cristã, com a autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apostólicos Pedro, Paulo e Nosso, após uma longa reflexão e invocações de ajuda divina, escutando o parecer de muitos dos nossos irmãos no Episcopado, declaramos e definimos como santos os beatos João XXIII e João Paulo II, e estabelecemos que em toda a Igreja sejam devotamente honrados entre os santos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, disse Francisco.

A proclamação foi recebida com um longo aplauso e gritos de exaltação pelos milhares de peregrinos na Praça São Pedro. Logo após, os relicários de João Paulo II e João XXIII (uma ampola com sangue e um pedaço de pele, especificamente) foram colocadas ao lado do altar em que Francisco celebrou a cerimônia.

Homilia

O papa Francisco afirmou que João Paulo II e João XXIII, os quais foram canonizados neste domingo (27), foram “homens corajosos”, que não tiveram “medo” de contemplar Jesus e que viveram os desafios do século XX.

“São João XXIII e São João Paulo II tiveram a coragem de olhar as feridas de Jesus, de tocar suas mãos. Não tiveram vergonha da carne de Jesus, não se escandalizaram dele, da sua cruz, não tiveram vergonha da carne do irmão”, afirmou o Pontífice, em sua homilia durante a missa solene de canonização dos Papas.

“Foram sacerdotes, bispos e Papas do século XX. Conheceram as tragédias desse século, mas não foram sobrecarregados e julgados por elas. O mais forte, neles, era Deus, a fé em Jesus Cristo Redentor do homem e Senhor da história”, destacou Francisco.

Segundo o Papa, João XXIII e João Paulo II também “colaboraram para recuperar a Igreja com sua fisionomia original”, principalmente o primeiro, através do Concílio Vaticano II.

“João XXIII foi para a Igreja Católica um pastor, um guia, mas também guiado pelo Espírito Santo. Esse foi seu grande serviço pela Igreja. Por isso, gosto de pensar nele como o ‘Papa da Docilidade do Espírito Santo’”, afirmou Francisco.

“Já João Paulo II foi o ‘Papa da Família’. Ele mesmo, uma vez, disse que gostaria de ser lembrado como o ‘Papa da Família’”, completou, pedindo para que o recém-proclamado santo cuide de todas as famílias do mundo e das atividades do Sínodo Extraordinário sobre a Família, que será realizado entre 9 e 15 de outubro no Vaticano.

Público

De acordo com estimativas da Santa Sé, cerca de 500 mil pessoas acompanharam a missa na Praça São Pedro e nas ruas próximas ao Vaticano.

Mais de 24 chefes de Estado e de Governo, delegações de 90 países e 3 mil jornalistas estão presentes no local.  Durante a madrugada, foi possível observar centenas de pessoas com cobertores e sacos de dormir em ruas ao entorno do Vaticano. Elas aguardavam a abertura da Praça São Pedro.

Entre as autoridades que assistem à cerimônia, destacam-se o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barros; o presidente e o primeiro-ministro da Itália, Giorgio Napolitano e Matteo Renzi; o rei Juan Carlos, da Espanha; e representantes da Polônia, país natal de João Paulo II.      

Bento XVI

O papa emérito Bento XVI foi recebido com aplausos e ovacionado na Praça São Pedro. ento XVI, que renunciou ao Pontificado no ano passado, foi cumprimentado pelo presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e pelo próprio papa Francisco, assim que este ingressou na Praça São Pedro. Joseph Ratzinger se sentou em um lugar reservado a autoridades e membros da Igreja Católica para acompanhar a cerimônia.

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