Urânio: estoque de urânio do Irã é um dos fatores que podem determinar quanto tempo a nação precisaria para qualquer tentativa de construir armas nucleares (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2014 às 11h30.
Viena - A agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) corrigiu dados e reduziu sua estimativa do tamanho do estoque de urânio do Irã, uma cifra que vai chamar atenção, já que no final deste mês termina o prazo para que Teerã e seis potências mundiais resolvam suas desavenças sobre o programa nuclear iraniano.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) agora avalia que o Irã possui 8.290 quilos de gás de urânio pouco enriquecido, 100 quilos a menos do que havia afirmado em um relatório confidencial na semana passada, declararam diplomatas nesta quinta-feira.
Não foi explicado por que os números iniciais estavam errados nem o significado da discrepância, e a AIEA não emitiu comentários de imediato.
O estoque de urânio do Irã, refinado a uma concentração físsil de mais de 5 por cento, é um tema sério porque, se muito mais processado, o material poderia fornecer o núcleo explosivo de uma arma nuclear.
O Irã diz que não pretende desenvolver bombas atômicas.
Trata-se de uma questão importante às vésperas do prazo de 24 de novembro, quando o Irã e o chamado P5+1 – China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e a Alemanha – pretendem obter um amplo acordo diplomático para acabar com o impasse. Uma das ideias em discussão é que Teerã envie parte de seu urânio enriquecido por navio para a Rússia.
No documento de sexta-feira passada sobre o programa nuclear iraniano, a AIEA disse que o estoque aumentou em 625 quilos e chegou a quase 8,4 toneladas desde o relatório anterior, do início de setembro.
Mas na correção comunicada a países-membros da agência nesta semana as duas cifras foram reduzidas – para 525 quilos de acréscimo e 8.290 quilos no total, de acordo com os dados vistos pela Reuters.
O estoque de urânio do Irã é um dos fatores que podem determinar quanto tempo a nação precisaria para qualquer tentativa de construir armas nucleares. Teerã argumenta que só refina urânio para abastecer suas usinas nucleares, mas o Ocidente quer garantias de que o país não possa produzir uma bomba atômica no futuro próximo.
O Irã e o P5+1 irão se reunir em Viena a partir do dia 18 de novembro para tentar selar um acordo de longo prazo que dissipe os temores de que o impasse mergulhe o Oriente Médio em uma nova guerra.
A AIEA também retificou outra cifra em seu relatório de 7 de novembro, reduzindo de 19 para nove o número de centrífugas avançadas de enriquecimento de urânio do tipo IR-6 instaladas em seu centro de pesquisa e desenvolvimento de Natanz.