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África registra mais de 18.700 casos de mpox desde o início do ano

Foram identificadas diversas variantes do vírus, reforçou neste sábado (17) a agência de Saúde da União Africana, África CDC

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Agência de notícias

Publicado em 17 de agosto de 2024 às 13h29.

Um total de 18.737 casos suspeitos ou confirmados de mpox, anteriormente conhecida como 'varíola dos macacos', foram registrados desde o início do ano na África, continente que enfrenta a propagação de uma nova cepa mais mortal e transmissível que as anteriores.

Foram identificadas diversas variantes do vírus, reforçou neste sábado (17) a agência de Saúde da União Africana, África CDC, especificando que até agora foram registrados neste ano 3.101 casos confirmados, 15.636 suspeitos e 541 mortes pela doença em 12 países do continente.

Desde o início de 2024, foram notificados mais casos do que em todo o ano anterior, quando este número era de 14.838, acrescentou.

A República Democrática do Congo (RDC), epicentro da epidemia, concentra quase todos os casos notificados, com 16.800 suspeitos ou confirmados, segundo a mesma fonte.

Desde o início deste ano, foram relatadas mais de 500 mortes por mpox no país de cerca de 100 milhões de habitantes.

Em Burundi, país vizinho, foram registrados 173 casos (39 confirmados, 134 suspeitos), um aumento de 75% em uma semana.

Nova cepa

A África enfrenta a propagação de uma nova cepa do vírus, detectada na RDC em setembro de 2023 e denominada "Clado 1b", que é mais mortal e mais transmissível do que as anteriores.

Os primeiros casos desta variante também foram notificados fora de África nesta semana, na Suécia e no Paquistão.

Embora tenha afirmado que o risco geral para a população na Europa permanece "baixo", o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) instou na sexta-feira os países da União Europeia a se prepararem para o surgimento de mais casos desta cepa mortal.

Na quarta-feira, a OMS declarou o mpox como uma emergência de saúde pública de importância internacional, o seu maior nível de alerta.

A organização já havia tomado decisão semelhante em 2022, quando uma epidemia de mpox, transmitida pelo "Clado 2b", se espalhou pelo mundo. O alerta foi levantado em maio de 2023.

Na sexta-feira, esta organização internacional fez um apelo ao aumento da produção de vacinas para conter a propagação da doença.

"Precisamos que os fabricantes aumentem sua produção para que tenhamos acesso a muito mais vacinas", declarou à imprensa Margaret Harris, porta-voz da OMS.

Duas vacinas

A agência sanitária da ONU pediu aos países com estoques de vacinas que as doem aos Estados com surtos de mpox.

Os especialistas em imunização da OMS recomendam duas vacinas contra a doença: a MVA-BN, produzida pelo laboratório dinamarquês Bavarian Nordic, e a japonesa LC16.

A mpox é uma enfermidade viral transmitida dos animais para o ser humano, e também por contato físico próximo com uma pessoa infectada pelo vírus.

O "Clado 1b" provoca febre, dores musculares e lesões em todo o corpo, enquanto as cepas anteriores eram caracterizadas por erupções cutâneas e lesões localizadas na boca, rosto ou órgãos genitais.

A doença foi descoberta em humanos em 1970 no Zaire, atual RDC, com a propagação do subtipo "Clado 1", do qual a nova variante é uma mutação.

Acompanhe tudo sobre:MpoxÁfricaOMS (Organização Mundial da Saúde)

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