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África registra alta de mais de 40% de mortes por covid-19

O aumento de casos e mortes por covid-19 ocorre pelo baixo fornecimento de vacinas, a rápida disseminação das variantes e o relaxamento das medidas de isolamento

No momento, a variante Delta, altamente contagiosa, foi detectada em 21 países africanos (Tafadzwa Ufumeli/Getty Images)

No momento, a variante Delta, altamente contagiosa, foi detectada em 21 países africanos (Tafadzwa Ufumeli/Getty Images)

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AFP

Publicado em 15 de julho de 2021 às 12h27.

As mortes ligadas à covid-19 tiveram "um aumento de 43%" no intervalo de uma semana na África, país que enfrenta falta de oxigênio e de leitos de terapia intensiva - alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (15).

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"O número de mortes aumentou drasticamente nas últimas cinco semanas. Este é um claro sinal de alerta de que os hospitais dos países mais afetados estão chegando a um ponto de ruptura", disse a diretora regional da OMS para a África, doutora Matshidiso Moeti.

O número de mortes subiu para 6.273 na semana de 5 a 11 de julho, contra 4.384 mortes na semana anterior, segundo a organização.

"O primeiro item da agenda dos países africanos é reforçar a produção de oxigênio para dar uma chance aos pacientes afetados por uma forma grave da doença", afirmou a especialista, durante uma coletiva de imprensa virtual.

O aumento exorbitante de casos se explica, de acordo com a OMS, pelo fornecimento insuficiente de vacinas, mas também pelo cansaço das populações com as medidas preventivas e pela disseminação cada vez maior de variantes.

No momento, a variante Delta, altamente contagiosa, foi detectada em 21 países africanos. Namíbia, África do Sul, Tunísia, Uganda e Zâmbia foram responsáveis por 83% das novas mortes registradas na semana passada, conforme a OMS.

Na Namíbia, a taxa de contaminação foi multiplicada por oito em comparação com as duas ondas anteriores, enquanto a taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva excede a capacidade de recepção.

O país teve "mais de 1.000 mortes só no mês passado", disse o ministro da Saúde da Namíbia, doutor Ishmael Katjitae, em entrevista coletiva.

Para a dra. Moeti, "a dupla barreira da escassez de vacinas e os desafios ligados ao tratamento comprometem seriamente a eficácia da resposta a este aumento da pandemia" no continente.

No entanto, "com os embarques esperados de vacinas e fortes medidas preventivas, podemos reverter a tendência contra o vírus", acrescentou ela, pedindo à população que "respeite as medidas de barreira para evitar os contágios".

Mais de seis milhões de casos de covid-19 foram oficialmente identificados na África desde o surgimento da pandemia, que volta a ganhar força no continente, de acordo com a última contagem da AFP com base em relatórios oficiais.

O número total de casos diagnosticados reflete, porém, apenas uma parte do número real de infecções em todo mundo, diante das diferentes políticas de testes adotadas por cada país.

Na África, mais do que em outros lugares, essas estatísticas são subestimadas por falta de capacidade de realização de testes.

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