Atendimento: o acordo tornará o tratamento acessível a 92 países pobres, começando pela África (Spencer Platt/Getty Images)
Reuters
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 14h43.
Londres - Fabricantes de remédios genéricos de Aids começarão a enviar para a África milhões de pílulas de medicamentos de última geração que são amplamente usados em países ricos depois de obterem uma garantia de milhões de dólares que limita os preços a 75 dólares anuais por paciente.
Especialistas mundiais de saúde esperam que o acordo ajude a tratar de dois problemas que podem afetar a epidemia de HIV: a ameaça crescente do desenvolvimento de resistência a remédios para Aids tradicionais e a necessidade de investimento muito maior na capacidade de fabricação.
A fundação de caridade de Bill Gates garantirá volumes mínimos de venda das novas pílulas combinadas que usam dolutegravir, um inibidor de integrase que impede a resistência a remédios que se desenvolve com frequência em tratamentos mais antigos.
Em troca, as farmacêuticas Mylan Laboratories, sediada na Índia, e Aurobindo Pharma concordarão com um preço máximo de cerca de 75 dólares por paciente por um suprimento anual - menos do que o preço de lista do suprimento diário de uma combinação com dolutegravir nos Estados Unidos.
O acordo, que tornará o tratamento acessível a 92 países pobres, começando pela África, será anunciado formalmente durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York nesta quinta-feira.
"Precisamos dar essa garantia por causa dos gastos fixos de todos que se preparam para produzir em grande volume", disse Gates à Reuters durante uma entrevista por telefone. "Isso não aconteceria a menos que oferecêssemos uma garantia de volume muito substancial."
A promessa da Fundação Bill & Melinda Gates é um pilar da nova parceria, a maior de seu tipo no setor de saúde global, que também inclui os governos da África do Sul e do Quênia, a Iniciativa Clinton de Acesso à Saúde e agências norte-americanas, britânicas e da ONU.